Diversão e Arte

Marieta Severo e Andréa Beltrão trazem para Brasília a peça As centenárias

postado em 23/09/2010 08:00
As atrizes Marieta Severo e Andréa Beltrão são como unha e carne. A amizade delas é tão intensa que parecem se conhecer há séculos, ou melhor, há um século. Esse forte vínculo acabou servindo de inspiração para o autor Newton Moreno escrever a peça As centenárias, que chega hoje a Brasília, dando início a uma turnê pelo país, depois de uma temporada de sucesso no Rio e em São Paulo.

Marieta e Andréa interpretam as carpideiras nordestinas Socorro e Zaninha, que passam a vida chorando os mortos e contando causos;O espetáculo foi escrito especialmente para as duas. Foi uma homenagem do Newton para elas;, conta o diretor Aderbal Freire-Filho. ;O nome da montagem remete mesmo às carpideiras, mulheres quase centenárias que vivem no sertão nordestino. Mas não deixa de ser uma celebração da amizade entre Marieta e Andréa.;

A produção ; que estreou no Rio de Janeiro em agosto de 2007, no Teatro Poeira, espaço que as duas atrizes criaram e do qual são sócias ; conta a história das carpideiras Socorro e Zaninha, que passam a vida chorando os mortos e contando causos que muitas vezes beiram o surreal. ;Esse ofício das rezadeiras e carpideiras ainda existe muito no interior do país. Essas figuras interessantes tornam os velórios mais emocionantes. Cantam e contam causos. O espetáculo tem um humor e uma brasilidade incríveis e é todo baseado na cultura popular. Além do mais, tem toda uma linguagem de circo-teatro. É como se fosse uma trupe circense se apresentando;, comenta Marieta Severo.

A opção pelas referências circenses, segundo Aderbal Freire-Filho, veio da arquitetura do Teatro Poeira, que se assemelha a uma arena. ;Esse trabalho me fez aproximar bastante da linguagem do circo, no sentido de fazer a lona, de ter arquibancadas em uma semiarena. E como as atrizes vivem muitos papéis em cena, e constantemente têm que trocar de roupa em pleno palco, é justamente o figurino de um palhaço que está por baixo de todas as roupas. Apesar de elas não interpretarem um palhaço, é como se ele sustentasse todos os outros personagens;, ele justifica.

Foi do diretor também a ideia de Marieta e Andréa manusearem bonecos em cena. As atrizes e o ator Sávio Moll (que manipula o boneco da Morte) tiveram, inclusive, que participar de oficinas ministradas por bonequeiros. ;Inicialmente, teríamos mais um casal de atores que daria vida aos outros personagens, como Lampião, um coronel, a viúva. Então propus que elas fizessem todos eles. Aí nasceram os bonecos de mão. Enquanto a Marieta vive o noivo de luto, por exemplo, o boneco que ela segura representa a sua carpideira. E o mesmo ocorre com a Andréa;, explica Freire-Filho.

OS PRÊMIOS
; As centenárias recebeu o Prêmio Shell em três categorias: autor (Newton Moreno), atriz (Andréa Beltrão) e cenário (Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque). Também levou o Prêmio Contigo de melhor atriz (Andréa Beltrão), comédia (pelo júri e por voto popular) e autor; o Prêmio Qualidade Brasil de melhor espetáculo/comédia, atriz (Marieta Severo) e diretor (Aderbal Freire-Filho); e o APTR de melhor atriz (Andréa Beltrão).

AS CENTENÁRIAS
De hoje a sábado, às 21h, e domingo, às 20h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Ingressos: hoje, R$ 70 e R$ 35 (meia); sexta, R$ 80 e R$ 40 (meia); sábado e domingo, R$ 90 e R$ 45 (meia). Assinantes do Correio têm 50% de desconto na compra do ingresso inteiro. Informações: 3325-6239. Não recomendado para menores de 14 anos.

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