Diversão e Arte

Banda irlandesa The Cranberries se apresenta hoje no Ginásio Nilson Nelson

postado em 19/10/2010 08:00

Imagem do grupo, a vocalista Dolores O'Riordan tem se mostrado simpática com o público brasileiro, um dos mais ardorososVocê sabe que uma banda é querida quando, independentemente de ter músicas tocando no rádio e na televisão, a mobilização dos fãs para vê-la é enorme. Não que o Cranberries, quarteto irlandês que se apresenta esta noite em Brasília, no Ginásio Nilson Nelson, esteja meio sumido das FMs e dos programas de TV por ser um grupo desconhecido. Longe disso. Mas é fato que o sucesso dele está ligado aos anos 1990 e seu último disco de estúdio foi lançado em 2001. Isso não impediu, no entanto, casa cheia no Rio Janeiro, em São Paulo e Florianópolis, por onde a banda passou este mês. Vale lembrar que eles estão pela segunda vez no país em 2010, depois de quatro shows entre janeiro e fevereiro. De Brasília, a turnê nacional ainda passa por Recife e Fortaleza.


Não é difícil entender a devoção do público brasileiro à banda. Os fãs brasilienses têm alguns palpites. "Quando o Cranberries começou a aparecer na mídia, o grunge estava no auge do sucesso. E eles, com uma sonoridade mais pop, se destacaram muito naquela época. A voz de Dolores O;Riordan é sensacional e soava diferente de tudo no começo dos anos 1090. Sem contar também as ótimas letras, extremamente sentimentais", avalia a produtora de rádio Izabel Fidelis, 28 anos, ouvinte do grupo desde os 11. "A voz da Dolores me faz viajar, me traz lembranças de uma pessoa... Ouvir as músicas do Cranberries me faz sentir bem", conta a professora Sheila Branco, 35 anos, que comemorará seu aniversário no show desta noite.


Para o filósofo Gleidson Corrêa Silva, 30 anos, além da voz de Dolores, a atitude do quarteto conta muitos pontos. "Apesar do estrondoso sucesso, eles nunca deixaram de ser uma banda alternativa", ele comenta. "A banda tem um estilo próprio", resume o bancário Felipe da Cunha Araújo, 28 anos, que considera um sonho poder ver o Cranberries em Brasília.


Trajetória
O quarteto nasceu em 1990, na cidade de Limerick, Irlanda, de um anúncio dos irmãos Noel (guitarra, composições) e Mike Hogan (baixo) procurando alguém para cantar na banda que haviam formado com o baterista Fergal Lawler e chamada até então de Cranberry Saw Us. Dolores O;Riordan foi conhecê-los e levou rascunhos de algumas letras. Os três ficaram impressionados com o timbre vocal da moça (então com 20 anos) e sua desenvoltura para escrever. Estava formado o Cranberries.


Produzida por Stephen Street (conhecido por seu trabalhos com os Smiths, uma das referências do quarteto), a estreia da banda, Everybody else is doing it, so why can;t we?, é considerada por muitos fãs como o melhor disco do grupo. Ali estão as características sonoras que marcariam a trajetória dos Cranberries: o instrumental econômico com ecos de pós-punk e indie rock, os arranjos de cordas grandiosos pontuando as canções, as letras românticas e reflexivas (nos discos posteriores, questões sociais e políticas também seriam tema de canções) e, claro, a inconfundível voz de O;Riordan - que, com seu visual, os grandes olhos verdes e os cabelos sempre mudando de cor e corte, ajudaram a divulgar a banda pelo mundo. São do primeiro álbum os sucessos Dreams e Linger.


Os discos seguintes, No need to argue (1994), To the faithful departed (1996), Bury the hatched (1999) e Wake up and smell the coffee (2001) foram, em maior ou menor nível, bem-sucedidos e emplacaram singles de sucesso como Zombie, Ode to my family, Salvation, Free to decide, Promises e Just my imagination. De 2003 a 2009, houve um hiato. Nesse tempo, os músicos desenvolveram outros projetos. Dolores lançou dois discos solo, Are you listening?, de 2007, e No baggage, de 2009.


Se o show de Brasília for parecido com os três já apresentados no Brasil, o repertório será formado por esses e outros hits da banda em uma hora e meia de apresentação. E a noite também terá muitos afagos da carismática Dolores ao público brasileiro.


DISCOGRAFIA


; Everybody else is doing it, so why can;t we? (1993)
; No need to argue (1994)
; To the faithful departed (1996)
; Bury the hatchet (1999)
; Treasure box: The complete sessions 1991-1999 (1999)
; Wake up and smell the coffee (2001)
; Stars - The best of 1992-2002 (2002)


THE CRANBERRIES


Hoje, às 21h, no Ginásio Nilson Nelson. Ingressos (segundo lote): pista, R$ 180 e R$ 90 (meia); e pista premium, R$ 280 e R$ 140 (meia). Pontos de venda: lojas Mormaii (Conjunto Nacional, Pátio Brasil, Pontão do Lago Sul, Terraço Shopping e Brasília Shopping) ou pelo site . Não recomendado para menores de 18 anos.

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