Diversão e Arte

Biografia conta a trajetória de Ricardo Amaral

postado em 26/12/2010 11:00

Quem é rei nunca perde a majestade, como já diz o velho ditado. Mesmo nunca tendo acatado muito bem a fama de ;soberano; da noite, o jornalista, empresário e promoter Ricardo Amaral, 69 anos, sempre é lembrado como alguém que imperou nos mais badalados eventos do Rio e de São Paulo, e até em cidades do jet set internacional, como Nova York e Paris. Histórias é que não faltam ao longo de seis décadas de convívio com personalidades da política, dos negócios, do esporte e do entretenimento, e algumas delas estão relatadas na biografia que Amaral acaba de lançar: Ricardo Amaral apresenta Vaudeville: memórias (Editora Leya Brasil).


Como o próprio título do livro sugere, a vida desse paulistano que sempre esteve associado à Cidade Maravilhosa é um verdadeiro vaudeville, uma comédia divertida de enredo fértil em intrigas e maquinações, que combina pantomima, danças e ou canções, como define o Dicionário Houaiss da língua portuguesa. ;Um espetáculo que tem um pouco de tudo, um grande entra e sai de personagens e situações, permitindo até uma dose circense;, resume o autor em sua obra.


A publicação é recheada de muitas fotos e histórias saborosas e curiosas, como a parte em que Amaral retrata um episódio envolvendo Chico Buarque. No capítulo Afinal de contas, o Chico Buarque é chato ou não é chato?, o jornalista compara o compositor carioca com Paul McCartney.


Ricardo Amaral: ;Em 1990, 20 anos depois do show da Sucata, Chico veio se apresentar no Rio e Paul McCartney no Maracanã. O compositor tem a mesma postura do Chico cantando. Tipo: ;Eu estou aqui, mas adoraria não estar;. Personalidades e posturas gêmeas. Jantando depois do show, no Gattopardo, com o então governador Marcelo Alencar, encontrei o Ricardo Boechat, que nasceu com alma de repórter, sempre com uma dose de veneno em sua caneta. Comentei que o Paul é ótimo, mas apático como o Chico Buarque, tornando o show chato.;

Celebridades

Ricardo Amaral iniciou sua carreira no jornalismo. Foi colunista e circulou desde cedo nas rodas mais refinadas. Conviveu e ainda convive com gente como Brigitte Bardot, João Gilberto, Vinicius de Moraes, Paulo Francis, Samuel Wainer, Danuza Leão, Xuxa, Jô Soares e Roberto Marinho, só para citar alguns. Entretanto, celebridade internacional mesmo, pelo menos no Brasil, ele considera apenas três: Pelé, Paulo Coelho e Ivo Pitanguy. ;Não basta ser conhecido, tem que ser celebrado! São três brazilian pop stars;, comenta no livro.


Proprietário de badaladas casas noturnas do eixo Rio-São Paulo, como a Papagaio, a Hippopotamus, o Resumo da Ópera, o Metropolitan, além do Clube A, em Nova York; e a Le 78, em Paris, Amaral também foi o responsável pela organização de bailes de debutantes de famílias tradicionais (entre eles, se destaca o de Marta Smith de Vasconcelos, que anos mais tarde viria a ser Martha Suplicy). Ele também ficou notório como jurado em concursos de beleza. No livro, Ricardo Amaral não nega que sempre influiu no resultado desses eventos.

Tudo para garantir que a mais bonita fosse eleita, como no Baile das Panteras, de 1981, que consagrou a então modelo Maria das Graças Meneghel, a Xuxa.


Os amigos de Ricardo e sua esposa, Gisella Amaral, estão habituados a escutar duas versões das situações vividas pelo casal, como ele afirma no livro. A de Gisella ;costuma ser sempre à La Disney, ligth, rosa e com muita fantasia;. Já a de Ricardo também não deixa de ser fantasiosa, porém, com um ;toque felliniano;.


;Quem tiver saco e curiosidade de prosseguir na leitura deste livro notará que os modismos, os estilos musicais e os costumes estão, de certa forma, inseridos no contexto. E poderá perceber que os sonhos podem se transformar em realidade, movidos pela ousadia e pela determinação; assim como constatar que o empreendedorismo nato, mesmo com grande sucesso, pode não se transformar em êxito; Sem falsa modéstia, sou, como poucos, conhecedor dos bastidores do mundo social, empresarial, político e artístico destas últimas seis décadas, mas; Quem sabe outro livro? Agora eu conto apenas um pouquinho!”

Ricardo Amaral apresenta Vaudeville: Memórias
De Ricardo Amaral. Editora LeYa Brasil. Número de páginas: 512. Preço: R$ 49,90

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação