Diversão e Arte

O arrasta-pé nordestino é um dos mais procurados no DF

O Correio inicia série que mostra os seguidores de determinados ritmos

postado em 14/01/2011 08:00
Nas pistas de forró da cidade, vale tanto o pé de serra quanto o eletrônicoHá quem diga que em Brasília são poucas as ofertas de festas e agitos. Mas é só dar um giro pela cidade para ver como a noite tem opções para todos os gostos e bolsos. O Correio conversou com alguns personagens que não perdem um forró por nada. O professor de dança Charllys Reis, 30 anos, é um desses fãs do estilo. Cofundador do forró Ispilicute, que há quatro anos e meio embala as noites de sexta-feira do Cota Mil Iate Clube, no Setor de Clubes Sul, o professor também é coordenador dos instrutores de dança que atuam no local. São cerca de 20 professores, entre homens e mulheres que são pagos para dançar com os convidados.

Charllys começou a dançar quando ainda era criança. Foi influenciado pelo pai, músico. Como dançarino profissional, ele é figurinha carimbada nos forrós da cidade e indica as melhores casas para dançar o forró pé de serra ; Arena Futebol Clube e Poizé ; e o eletrônico: Coliseu, Barril 66, Planeta Country, Celva, Bar do Calaf e Telebar. ;Sou apaixonada pela dança e o forró pé de serra é o meu xodó;, diz a auxiliar administrativa Viviane Cristina, 31 anos, que afirma ir ao forró pelo menos uma vez por semana. Há três anos ela arrasta a sandália. Tomou tanto gosto pelo ritmo nordestino que participa de campeonatos de dança em todo país.

Marcela Santos, 29 anos, é farmacêutica e mora em Brasília há seis meses. Nascida em Goiânia, assim que chegou à cidade, ela tratou logo de procurar uma academia de dança para, além de fazer novos amigos, saber onde aconteciam os melhores forrós. É na academia e com os amigos do forró que Marcela busca onde dançar nos fins de semana. Além dos amigos, uma ferramenta de pesquisa para Marcela são os sites especializados em festas. ;Fiz amigos no forró e gosto do ambiente e das pessoas;, explica a farmacêutica.

Só se for raiz
Adepto única e exclusivamente do forró pé de serra, o policial militar William Carvalho, 35 anos, é um apaixonado pelo ritmo. Quando descobriu o forró em festas de amigos, há quatro anos, encantou-se e passou a percorrer o Brasil atrás de encontros, campeonatos e tudo que fosse ligado ao gênero musical. Só para Itaúnas, cidade capixaba conhecida pelo festival anual de forró, William já viajou mais de cinco vezes. Até tatuou o nome da cidade no corpo. Em Brasília, o policial frequenta o forró do Arena Futebol Clube às quintas-feiras e não dispensa uma festa na casa dos amigos. ;Forró é uma filosofia de vida. Cheguei ao ponto de diversas vezes ir malhar ouvindo forró. O ritmo faz parte da minha rotina;, revela o policial, que integra o Trio da Ilha e é fã do falecido Mestre Zinho.

William acredita que a cidade tem bons eventos para dançar forró, mas já teve seu ápice, em 2007, quando as festas eram mais comuns. ;Antigamente havia forró de quarta a domingo, mas hoje não tem mais com tanta rotina. Acho que faltam casas, produtores. A divulgação é pouca, mas público tem;, avalia.

O forró pé de serra é o típico forró ;pé no chão; eternizado pelas vozes de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Alceu Valença, entre outros. O forró eletrônico é agitado e requer mais habilidade, com giros e passos rápidos. As principais bandas do gênero são Aviões do Forró, Calypso, Mastruz com Leite e Calcinha Preta.


Onde dançar

Pé de serra
; Arena Futebol Clube (Setor de Clubes Sul, Tc. 3)
; Ispilicute, no Cota Mil Iate Clube (Setor de Clubes Sul, Tc. 2)
; Poizé (305 Norte e Águas Claras)

Eletrônico
; A .com (EPTG, Colônia Agrícola Samambaia, Lt. 26)
; Bar do Calaf (Ed. Empire Center, Setor Bancário Sul)
; Barril 66 (Águas Claras, ADE, Cj. 12, Lt. 46)
; Celva (Cruzeiro Velho, Área Especial, Lt. 9)
; Coliseu Choperia (Pistão Sul, Taguatinga)
; Planeta Country (Águas Claras, ADE, Cj. 12, Lt. 50)
; Telebar (Ceilândia, próximo da Feira Permanente)

Fique por dentro da programação:
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Dança-show
Ele é exímio professor do ritmo nordestino. Ela começou a frequentar os forrós em Brasília há três anos. Quando se encontram num rala coxa, Charllys Reis e Viviane Cristina transformam a pista em palco para o espetáculo


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