Diversão e Arte

Canal Futura exibe curtas que estimulam reflexão sobre temas polêmicos

postado em 04/07/2011 09:11
Preconceito, consumo, fé e educação. Cineastas de diversas partes do país foram convocados pelo Canal Futura a produzir curtas com conteúdos relacionados a esses quatro temas, que norteiam as escolhas cotidianas dos brasileiros. Foi o ponto de partida do projeto Por que a gente é assim?, que chega a uma nova etapa nesta semana, quando os filmes serão mostrados no canal. O projeto também se desdobra em um site com notícias e artigos e em ações presenciais, como apresentações de teatro nas ruas e debates com a sociedade. Mas, ressaltam os idealizadores, mais do que concordar ou discordar, Por que a gente é assim? quer contar histórias reais e, a partir daí, estimular a reflexão.

Roda de debate da série Por que a gente é assim?, que exibe filmes sobre fé, consumo, preconceito e educaçãoCada tema inspirou três filmes, que, reunidos em blocos, vão ao ar de hoje a quinta, à 0h. A exibição será pretexto para debates mediados pelo jornalista e escritor Arthur Dapiéve. ;Queremos discutir e aprofundar como escolhas e comportamentos de brasileiros ; em diferentes contextos ; informam nossos valores hoje. Como encaramos a escola? Realmente a valorizamos? Como reagimos ao poder e ao preconceito? Como a fé nos ajuda a seguir? Não pretendemos responder, mas mostrar as respostas que já estão aí e discuti-las coletivamente;, explica o diretor do projeto, Guilherme Coelho.

Em cada episódio, Dapieve recebe convidados para discutir o assunto proposto. No programa de estreia, Preconceito, estarão reunidos pessoas que sofrem na pele a discriminação, como os atores Pedro Monteiro e Simone Mazzer. Participam ainda a doutora em educação Beatriz Cardoso e a doutoranda em ética e filosofia política Ana Luisa da Gama e Souza.

As várias formas de preconceito serão discutidas a partir dos filmes Caio André, do matogrossense Luiz Marchetti ; que discute a questão do gay a partir do ponto de vista de um adolescente ;, Coloridos, dos paranaenses Christopher Faust e Evandro Scorsin ; sobre jovens que se sentem à parte pela forma como se vestem ; e Terreno baldio, do mineiro Marcos Pimentel ; que coloca em primeiro plano o ponto de vista de quem vive na rua. Para abrir a discussão, o grupo brasiliense de teatro de rua Artetude apresenta uma bem-humorada esquete sobre as reais diferenças entre homens e mulheres.

Um conselho consultivo multidisciplinar foi criado para ajudar na elaboração de pautas e análise de conteúdo do Por que a gente é assim?. Dele fazem parte a atriz Camila Pitanga; a coordenadora do núcleo audiovisual do Nós do Morro, Luciana Bezerra; a antropóloga Regina Novaes; o cientista social Alberto Carlos de Almeida; o urbanista Mozart Vitor Serra, e Jailson de Souza, sociólogo e coordenador do Observatório das Favelas. ;Um ponto importante que este projeto apresenta é justamente a possibilidade de poder se perguntar ;por que a gente é assim?;. Ao acionar a diversidade brasileira, vão aparecer respostas diversas que ajudarão a criar alianças e diminuir preconceitos;, acredita a antropóloga Regina Novaes.

Próximos programas
No programa Consumo, que vai ao ar amanhã, os convidados discorrem sobre o impacto da publicidade nos consumidores a partir dos curtas O carro do ano, dos paulistas Luiz Ferraz e Guilherme Aguilar; Praia Atlântico Clube, dos mineiros Ines Linke e Louise Ganz, e Gincana do lixo, dirigido pelo gaúcho Bruno Carvalho. Em , na quarta, a discussão gira em torno das diferentes religiões, com a participação de budistas, ecumênicos e evangélicos, entre outros. O curta Borboletas amarelas, vermelhas, verdes, azuis, roxas, pretas, laranjas e brancas, da paraibana Ana Bárbara Ramos. abre o debate, ilustrado também por A grande comissão, dos cariocas Cavi Borges e Leonardo Kopke, e A palavra na boca tem o poder da flecha no arco, do mineiro Sergio Borges.

O último episódio, Educação, tem como tema a situação de ensino no país. A discussão terá como ponto de partida os filmes Sala escura, dos paulistas Luiz Ferraz e Guilherme Aguilar; Na canoa para aprender, do paraense Bruno Assis, e Os animais, de Gustavo Beck, Ernesto Gougain e David Pacheco, do Rio de Janeiro.

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