Diversão e Arte

Tropicalismo anteviiu a globalização e buscou modernizar a MPB

postado em 24/06/2012 08:00
Momento marcante no festival: Domingo no parque surpreende e leva a segunda colocação
Alguns dias antes de interpretar Domingo no parque no III Festival de Música Popular Brasileira, em outubro de 1967, Gilberto Gil comentou, em entrevista ao Jornal da Tarde (resgatada por Carlos Calado no livro Tropicália ; A história de uma revolução musical), as intenções estéticas da composição que (acompanhado pelos Mutantes e com orquestração de Rogério Duprat) apresentaria no evento: ;Na música pop de hoje, os Beatles passaram a utilizar todos os tipos de música e instrumentação eruditas que não pertenciam ao que chamavam iê-iê-iê. Estão evoluindo sempre, enquanto no Brasil a própria música chamada jovem se torna conservadora. E na música popular brasileira o conservadorismo é muito pior. Se pensássemos sempre assim, estaríamos tocando nossas músicas com instrumentos indígenas. É preciso pensar em termos universais. O mundo hoje é muito pequeno, não há razão para regionalismos;.
[SAIBAMAIS]
O argumento defendido por Gil dialoga diretamente com os princípios do que logo ficaria conhecido como Tropicália ; em resumo, a aglutinação, sem preconceitos, de influências musicais locais e estrangeiras, de todos os tipos ; e nortearia toda a trajetória artística do cantor. Foi a partir da constatação de que na arte tudo é permitido que o cantor se sentiu à vontade para fazer, ao longo da carreira, o que bem entendesse, podendo soar regional ou universal, inovador ou mesmo conservador ; acima de tudo, um mutante pautado pela invenção.

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