Duas perguntas para o produtor cultural Asfilófio de Oliveira Filho:
Como era ação dos militantes negros no movimento Black Rio, durante a ditadura?
Os militantes negros frequentavam os bailes trazendo suas contribuições, participando e discutindo as questões raciais. Em 1972, nós frequentávamos como associados o Renascença Clube, clube social da comunidade onde tudo começou como as Noites do Shaft. Eu me reunia com os militantes Carlos Alberto Medeiros, Haroldo de Oliveira e Paulo Roberto dos Santos para traçarmos as estratégias de comunicação durante os bailes. Normalmente usávamos a projeção de slides durante as festas exaltando a auto-estima e a importância da identidade negra. Vale ressaltar que somente nossa equipe, a Soul Grand Prix tinha declaradamente a consciência racial, o que não ocorria com os demais líderes das equipes que compunham os bailes de soul da época.
O Movimento Simba tinha forte influência sobre a comunidade?
Simba não era um movimento e sim uma entidade que se formou sua base em outra entidade, o IPCN ; Instituto de Pesquisas das Culturas Negras. A entidade tinha a retórica de esquerda alcançando setores da academia e da militância.
