Diversão e Arte

Livros recém-lançados são promessa de boa leitura da ficção a biografia

O Correio preparou uma lista com as grandes promessas de 2013. Obras apresentam leitura prazerosa e ilustrada

postado em 29/04/2013 09:08
Oliver Sacks explora os limites fluidos entre a alucinação em A mente assombrada
O mercado editorial europeu anda desaquecido por causa da crise, mas o brasileiro segue firme. Desde o início do ano, editoras como a Companhia das Letras e Alfaguara lançaram pelo menos dois títulos a mais em comparação com o mesmo período do ano passado. E quem não acompanhou os primeiros quatro meses de 2013 já corre o risco de se embananar e esbarrar no criado mudo atolado quando começar a temporada de prêmios, no segundo semestre. Para não sofrer de ansiedade literária e evitar aquele vazio na boca do estômago quando meio mundo começar a comentar os títulos imperdíveis do ano, o Diversão fez uma lista de sugestões. Listas sempre trazem uma perspectiva pessoal e um ponto de interrogação quanto aos critérios utilizados, mas o compromisso aqui não é com ;os melhores de todos os tempos; nem com ;os 100 livros que você deve ler antes de morrer;. A ideia é apenas ajudar a acender uma luzinha quando você for dar aquela volta naquela grande livraria daquele shopping de coisas do lar.

Os anjos bons da nossa natureza

O Correio preparou uma lista com as grandes promessas de 2013. Obras apresentam leitura prazerosa e ilustradaPois é, parece que o Pinker tem razão. A humanidade ficou menos violenta. Pelo menos, praticou menos violência. O primeiro capítulo é extremamente convincente. O historiador visita os gregos, os pais da arte de refletir, o povo sagrado da filosofia, nem tão sagrado assim quando se tratava da vida humana. Mulheres tratadas como carne fresca e espólio de guerra, massacres sangrentos em nome de deuses invejosos, civis que pagam pela ignorância dos governantes, parece que a civilização passava longe dos gregos na visão de Pinker. Em seguida, ele ataca a Bíblia e contabiliza quantos morreram em nome de Deus e quantos foram torturados apenas no Antigo Testamento. Só no dilúvio ; no qual apenas Noé e alguns gatos pingados se salvaram ; morreram 20 milhões. Seriam 1,2 milhão o número de mortos em massacres, genocídios e guerras descritos no livro sagrado dos cristãos.

Para completar, até os contos de fadas de tempos nem tão distantes são assustadores: João e Maria foram abandonados pelos pais durante uma grande fome e mataram uma bruxa assada, as irmãs de Cinderela cortam o dedão do pé caberem no sapato e em Branca de Neve, a rainha malvada dança até a morte calçada em chinelos incandescentes. Sem falar na Inquisição e seus elaborados métodos de tortura. Guerra, tortura, estupro e genocídios ainda aterrorizam o século 21, mas pelo menos há um consenso quanto a serem atrocidades. Ninguém acha normal violar uma mulher como estratégia de guerra ou armar crianças de 12 anos para cometerem assassinatos em massa e nem furar o pescoço de infiéis. Ex-diretor do Centro de Neurologia Cognitiva do Massachusets Institute of Technology (MIT) e professor da Universidade de Harvard, Pinker pode até não ganhar prêmios este ano, mas sua gigantesca pesquisa tem lugar de honra nas prateleiras de ensaios que ajudam a pensar.



A mente assombrada

O Correio preparou uma lista com as grandes promessas de 2013. Obras apresentam leitura prazerosa e ilustradaO que são as alucinações? Frutos de nossa própria mente ou produto de fatores externos (para não dizer paranormais)? O tema sempre foi o favorito do neurocientista Oliver Sacks, que acaba de publicar mais uma coletânea de ensaios sobre casos e pacientes atingidos pelos tipos mais diferentes e raros de disfunções mentais. ;As definições precisas da palavra `alucinação; ainda variam consideravelmente, sobretudo porque nem sempre é fácil discernir as fronteiras entre alucinação, erro de percepção e ilusão;, escreve o autor. Alucinação, ele continua, é algo perceptível para apenas uma mente, e não duas. É também a ideia que guia os 15 ensaios. A senhora cega que enxergava pessoas com trajes orientais a subir e descer as escadas do asilo, outra que confundia os sonhos dos microssonos de um tipo raro de narcolepsia com a realidade e uma menina que ficava cega por instantes por conta de uma epilepsia não identificada são alguns dos casos descritos no livro. A escrita de Sacks é muito dinâmica e ele faz a neurologia parecer uma ciência muito acessível e atraente, quase aquela pela qual você deveria ter optado. Além de oferecer um passeio pelos recantos da mente humana, o autor também consegue fazer um relato histórico da ciência e da filosofia.

O Correio preparou uma lista com as grandes promessas de 2013. Obras apresentam leitura prazerosa e ilustrada

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