Diversão e Arte

Crise econômica na Europa dificulta lançamento de novos autores

Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal tem índice de desemprego que chega a 17%. Os números refletem em todos os setores e, tradicionalmente, a cultura é integrante fraca da lista de resistentes.

Nahima Maciel
postado em 26/05/2013 08:05
Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal tem índice de desemprego que chega a 17%. Os números refletem em todos os setores e, tradicionalmente, a cultura é integrante fraca da lista de resistentes.
Em Por este mundo acima, da escritora portuguesa Patrícia Reis, uma tragédia se abate sobre Lisboa e varre da cidade qualquer tipo de tecnologia já inventada pelo homem. Os habitantes são obrigados a viver como se estivessem na Idade Média. O romance é marcado pelo absurdo, a mesma característica que conduz a narrativa de Rui Zink, em A instalação do medo. Neste último, dois homens chegam a uma casa para instalar o medo como se fosse uma televisão a cabo. Os dois autores desembarcaram no Brasil no início da semana para participar de um programa de divulgação da literatura portuguesa organizado pela Casa Fernando Pessoa e coordenado pela também escritora Inês Pedrosa.

Na narrativa dos dois romances, é possível, segundo Inês, enxergar os primeiros sintomas do reflexo da crise econômica em Portugal. ;O livro do Zink trata dessa coisa fundamental que é o fato de não percebermos o tanto que a depressão econômica nos minimiza e afeta nossa capacidade de reação;, avalia Inês. ;E o último livro da Patricia, no fundo, é uma interrogação numa situação em que não se tem mais nada a não ser sua cabeça, seus afetos, seus sentimentos e sua relação com os outros. Todos esses livros são filhos da crise.;

Com pouco mais de 10 milhões de habitantes distribuídos por uma área de 92 mil km;, Portugal tem índice de desemprego que chega a 17% e foi classificado pela revista inglesa The Economist como o novo doente da Europa, ao lado da agonizante Espanha. Os números refletem em todos os setores e, tradicionalmente, a cultura é integrante fraca da lista de resistentes.



;A crise afeta, sobretudo, o número de vendas de livros. Todos nós sentimos nas tiragens: o número de livros vendidos diminuiu, porque é uma coisa financeiramente muito grave. Mas não afeta a imaginação dos autores nem a criatividade, que continuam em alta. Acho até que é o contrário, a literatura tem muito a ver com crises também, elas são inspiradoras e motivo de grandes livros;, garante Inês.

Com pouco mais de 10 milhões de habitantes, Portugal tem índice de desemprego que chega a 17%. Os números refletem em todos os setores e, tradicionalmente, a cultura é integrante fraca da lista de resistentes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação