Na poesia de Caco Ishak há lugar para Spice Girls, Susan Miller, John Lennon e Yoko Ono. Tem, ainda, espaço para banalidades do cotidiano, coisinhas que ele nota aqui e ali, sem importância para a maioria, mas cujo toque existencial acaba por despontar em algum verso. O cotidiano é material para o poeta goiano radicado em Belém desde a infância e com uma veia um pouco mais paraense que goiana. Em não precisa dizer eu também, o segundo livro de poesias publicado pela 7Letras, ele mostra o vigor e a força de uma poesia produzida fora do eixo, embora isso importe mais para falar da vitalidade da poesia brasileira do que do conteúdo dos versos de Ishak.
Ele fala em uma poesia paraense cuja cara ainda não foi revelada, mas evita reclamações por estar fora do eixo Rio-São Paulo.
;O marginal não existe mais, porque a internet acabou com esse papo de ;ninguém me lê;. Não tem mais espaço para o mimimi do marginal;, diz o poeta. ;Na década de 1970, eles trouxeram essa linguagem mais pop. Hoje, estão fazendo frente a uma poesia mais acadêmica, aos concretistas, a uma coisa mais rebuscada. E a palavra marginal ficou até piegas. Mas sempre haverá espaço para essa poesia mais direta.;