Diversão e Arte

Escritor amazonenes cria coletânea de crônicas "Um solitário à espreita"

O livro é uma serie de indignações do escritor e traz textos publicados em jornais e revistas

postado em 08/07/2013 09:30
Hatoum faz um percurso biográfico nas crônicas agrupadas por temas e períodos da vida pessoal
Há pouco mais de um ano, em junho de 2012, o escritor amazonense Milton Hatoum se indignou com o custo das arenas em construção para a Copa do Mundo e escreveu a crônica Estádios novos, miséria antiga, publicada no jornal O Estado de São Paulo. Era um prenúncio, uma ruminação sobre o futuro do Brasil. Na crônica, Hatoum narra a destruição do estádio Vivaldo Lima, o Tartarugão projetado por Severiano Mário Porto e inaugurado em 1970. A obra ganhou o Prêmio Nacional de Arquitetura e o escritor ficou indignado com a destruição e os gastos para erguer outro estádio em uma cidade de serviços públicos carentes e com mais de 1 milhão de habitantes vivendo em favelas. No fim do texto, Hatoum avisa que a população vai cobrar o preço da dignidade roubada.



Desconcertantemente atual, a narrativa integra Um solitário à espreita, primeiro livro de crônicas do amazonense e que traz textos publicados em jornais e revistas ao longo das últimas duas décadas. Na mais recente, Um inseto sentimental, Hatoum explica a dificuldade de escrever uma crônica e o quão frágil é a concentração do escritor. Um inseto sobrevoa o papel e distrai o cronista, que precisa retomar a primeira frase - "a mais difícil" - depois de lutar contra o bicho. Milton Hatoum é cronista tardio. Publicou uma crônica em 1970, no antigo Folhetim, da Folha de São Paulo, e foi tudo até ser convidado pela revista Entrelivros para escrever mensalmente entre 2005 e 2007. Quando a revista deixou de ser publicada, ele passou a publicar no Estado de São Paulo.
O livro é uma serie de indignações do escritor e traz textos publicados em jornais e revistas

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