Diversão e Arte

Livro organizado por Richard Zenith reúne cartas de Pessoa e Ofélia Queiroz

Pelas correspondências, é possível perceber que o poeta esteve muito empolgado no início, porém depois começou a se mostrar pouco comprometido com Ofélia

postado em 30/07/2013 09:14

Pelas correspondências, é possível perceber que o poeta esteve muito empolgado no início, porém depois começou a se mostrar pouco comprometido com Ofélia

Quando o lado mais frágil e inseguro de um poeta se mostra? Na própria poesia? Não no caso do indecifrável Fernando Pessoa. Porém, um pouco do lado afetivo enigmático do poeta português pode ser compreendido por meio das cartas que trocou com a namorada Ofélia Queiroz e que foram organizadas por Richard Zenith em um livro com mais de 500 páginas.

Em Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz ; Correspondência amorosa completa 1919-1935, estão traçados vários detalhes da vida cotidiana de Pessoa, como os amigos e os cafés que frequentava, as relações dele com a família e os vícios com tabaco e bebida.


[SAIBAMAIS]As cartas, escritas antes de o poeta dizer pela boca de Álvaro de Campos que ;todas as cartas de amor são ridículas;, sugerem que Fernando Pessoa queria ser romântico ;ridículo; e apaixonado, mas não conseguia. Mesmo disposto a se corresponder por meio de cartas de amor, ele acabou se apresentando avesso a qualquer tipo de entrega que não fosse à literatura.

Como pesquisador, o que as cartas te mostraram de novo sobre ele?


Revelam vários pormenores sobre a vida quotidiana de Pessoa durante as duas fases do namoro: o ziguezague entre os vários escritórios onde trabalhava como redator de cartas, os cafés e os amigos que frequentava, as relações dele com a família, os seus vícios como o tabaco e a bebida alcoólica, que muito preocupavam Ofélia. As cartas inéditas agora publicadas tornam muito mais nítido o percurso do próprio namoro e da presença constante nele de Álvaro de Campos. Ao que parece, Pessoa usava esse heterônimo para manter uma distância de Ofélia.

As cartas foram escritas antes do poeta dizer, pela boca de Álvaro de Campos, que "todas as cartas de amor são ridículas". Pode-se dizer que existiu um Fernando Pessoa romântico e "ridículo" e apaixonado?

A sua relação com Ofélia, tal como é documentada pelas cartas, sugere que FP queria ser romântico, "ridículo" e apaixonado, mas não conseguia. Não se entregava nem a Ofélia, nem a nada ; apenas à literatura.

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