Domingo, 18h. Em uma sala, cerca de 60 pessoas sentadas em sofás, pufes e tapetes escutam com cuidado o som de um jovem artista. O silêncio é tanto que o zíper de uma bolsa pode chamar a atenção. Celulares no modo silencioso batem fotos (sem flash) dos novos talentos que vão circular o mundo pela internet graças ao Sofar Sounds (abreviatura de Songs From a Room). O projeto nasceu em 2009, em Londres, e está em 35 cidades dos cinco continentes. No Brasil, desembarcou em 2012. A ideia é veicular a arte de músicos independentes que tenham um trabalho consistente, mas sem condições para divulgá-lo.
;Em Brasília, estamos produzindo o evento desde março e cada edição é melhor do que a outra;, conta Adolfo Neto, produtor do Sofar Sounds na cidade. ;O projeto começou na Inglaterra, com o Rafe Offer e o Rocky Start. Certa vez, eles estavam num show, com todo mundo bebendo, fumando e conversando. Ninguém ouvia a banda. Aí, eles tiveram o insight: fazer uma gig (apresentação) em casa, para poucas pessoas prestarem atenção no artista;, explica.
Os interessados-convidados que estão na lista dfsofar@gmail.com recebem um e-mail com o endereço dois dias antes das sessões musicais. Normalmente, é alguma casa de amigos capaz de acomodar público, artistas e equipamentos. ;As pessoas só descobrem a atração na hora. Como as apresentações são mais acústicas e sem amplificação, a plateia vê e ouve o músico respirar. Se ele estiver tremendo, percebe isso também. Conseguimos o silêncio total e isso é o mais bacana. É uma experiência nova para todo mundo.;
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