Diversão e Arte

Feira do Livro de Brasília começa neste sábado na Bibioteca Nacional

A programação da 31ª edição do evento prevê discussões sobre biografias e direitos autorais, além de lançamentos de livros

postado em 23/11/2013 09:43
O escritor Paulo Lins, autor de Cidade de Deus, é um dos mais festejados da 31ª edição da Feira do Livro de Brasília
Com um investimento de R$ 1,3 milhão, a Feira do Livro de Brasília volta a ocorrer após um hiato de dois anos. Os recursos, provenientes das secretarias de Educação e de Cultura do Distrito Federal, servirão para subsidiar uma semana da 31; edição da feira. O evento seria realizado no Teatro Nacional, mas a coordenação responsável pela organização da feira decidiu transferi-la para a Biblioteca Nacional. A decisão foi feita nesta semana, após análise técnica sobre a estrutura do Teatro Nacional. <--[if gte mso 9]> Normal 0 21 MicrosoftInternetExplorer4 <[endif]-->"A feira iria acontecer com algumas atividades da sala Villa Lobos. Íamos montar uma estrutura, mas lá tem problema de acessibilidade para pessoas com deficiência e vimos que a Biblioteca seria o local adequado. Além de visibilidade melhor, foi uma opção nossa para melhorar a acessibilidade. Nos preocupamos com as chuvas também, já que no Teatro há problemas de escoamento de água. Como fazemos piso com carpete, correríamos risco de invasão de água. Segunda-feira decidimos mudar o local. No momento de operacionalizar, um engenheiro nos informou dos possíveis problemas por causa da água e da acessibilidade para pessoas com deficiência", informou o coordenador Ricardo Moreira.
A última edição ocorreu em 2011 sem investimento do governo e recebeu 80 mil visitantes no Pavilhão do Parque da Cidade. A expectativa do presidente da Câmara Brasileira do Livro, Ivan Valério, é que, neste ano, 200 mil pessoas passem pelo local.

Fenômeno entre adolescentes, a escritora mineira Paula Pimenta é a homenageada desta edição. Autora de sucessos editoriais, como a série Fazendo meu filme, Paula vendeu mais de 250 mil de exemplares, que ganham cada vez mais destaque nas prateleiras das livrarias. Hoje, no Encontro com o autor, a escritora encontra fãs para bate-papo e tarde de autógrafos. Ela acredita que adolescentes são bons leitores e precisam apenas de incentivo. ;Eles têm que encontrar um tipo de leitura que gostem. Todos os dias, recebo recados de leitores dizendo que odiavam ler, até terem contato com os meus livros. Cultivam essa crença de que ;ler é chato;, como se fosse algo que são obrigados a fazer só porque a escola exige. Mas, ao descobrirem livros que despertaram o prazer da leitura, eles mudam essa percepção. Cada pessoa gosta de um estilo literário, basta descobrir qual estilo é esse.;

O escritor Paulo Lins, um dos convidados mais festejados da feira, ganhou fama após a publicação, em 1997, do livro Cidade de Deus e diz que o Brasil é um país de pouca leitura. Segundo ele, a mudança desse panorama depende de muito trabalho no sistema de ensino do país. Porém, Lins acredita que iniciativas de voluntários, movimentos comunitários e eventos, como as feiras de livro, podem transformar o cenário. ;O que produz melhora é a participação da população. A sociedade não pode ficar parada. Depende de o próprio povo reagir. Mas, também, teria que haver uma atitude governamental de criação de bibliotecas, por exemplo;, declara o autor, que está produzindo livro de poesias e trabalha na divulgação de Desde que o samba é samba.
Paula Pimenta, a autora queridinha dos adolescentes, participará de bate-papo e tarde de autógrafos com os fãs neste sábado
>> Quatro perguntas para Paula Pimenta
- O que motiva a escrever e como começou?

Comecei a escrever na época da escola. Minhas redações sempre eram muito elogiadas e eu adorava
escrever poemas. Na época do vestibular, escolhi Jornalismo, porque eu queria profissionalizar esse amor pela escrita que eu tinha desde criança. Mas no decorrer do curso, percebi que o estilo jornalístico
não era bem o que eu queria, eu gostava de inventar, de criar histórias... Então transferi pra Publicidade,
para poder exercer bastante a criatividade. Minha carreira de escritora começou em 2001, quando
lancei um livro de poemas chamado ;Confissão;, que foi relançado esse ano. Na mesma época, fui
convidada para ser colunista de um site de crônicas, onde escrevi por vários anos. Em 2008 lancei
;Fazendo meu filme 1; e foi então que eu descobri que o que eu mais gosto de escrever são romances.
Acho que a minha motivação vem da própria vida. Muito do que eu escrevo é inspirado em situações
que eu já vivi.

- Quais os desafios em escrever para adolescentes? E quais os prazeres?


O principal desafio é competir com a internet. Na época que eu era adolescente, gostava de ler no meu tempo livre... Hoje em dia os adolescentes vão para o Facebook. Por isso é preciso falar a linguagem deles. Tento inserir nos meus livros elementos que os adolescentes gostam e com os quais se identifiquem. Os meus livros são cheios de música, filmes, seriados, e-mails, conversas de MSN, bilhetinhos... Tudo que faz parte do universo dos adolescentes atuais. Então ao ler eles se identificam, é
como se estivessem lendo o diário de uma amiga... O que eu mais gosto é o retorno que os adolescentes dão. É o público mais sincero. Um adulto, quando gosta muito de um escritor, dificilmente manda um e-mail ou uma carta para ele. O adolescente manda. Eu recebo mais de 100 e-mails por dia, fora os recados nas redes sociais. Além disso, nas sessões de autógrafos, me inundam de presentes e muito carinho! É extremamente gratificante!


- De onde surgem os personagens ; de vivência com adolescentes, da sua própria vivência, observação ou pura imaginação?


Nenhum dos personagens foi inspirado em alguém por completo, porém todos têm características de pessoas que eu conheço. Aos 16 anos eu tinha uma amiga que era louca por um garoto que não estava nem aí pra ela, mas mesmo assim ela não o esquecia, e daí eu tirei a inspiração para a Natália. Outra amiga sempre percebia o que estava acontecendo antes, vivia dizendo como todo mundo deveria agir, e a Gabi é um pouco inspirada nela. O Leo se parece um pouco com o melhor amigo de adolescência, que gravava músicas para me dar de presente. A Fani se parece um pouquinho comigo, especialmente na timidez, no jeito sonhador, na introversão; E por aí vai. Mas realmente são apenas pequenos detalhes que eu incluí nos personagens, a maior parte da personalidade deles veio da imaginação.

- Você poderia explicar um pouco como funciona o seu processo criativo?


Geralmente eu me inspiro em acontecimentos que já vivi. Começo a história me lembrando do fato, mas aos poucos vou acrescentando imaginação e vira uma história diferente. Quando eu estou em fase de escrita, costumo fechar a minha agenda pra poder ficar escrevendo o dia inteiro. Eu gosto de escrever cada livro de uma vez só, geralmente a escrita de cada livro dura três meses, mas é imersão total, no período até sonho com os personagens, meio que saio da minha vida e me mudo para a vida deles!
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