Diversão e Arte

Documentário retrata a história do ator-bailarino João Negreiros

O DVD "Marcas de uma estrada griô",usa imagens de espetáculos realizados ao longo de 22 anos de carreira e entrevistas com profissionais da dança, amigos e família

Nahima Maciel
postado em 03/04/2014 08:11
O dançarino morreu em 2012, após a descoberta de um câncer
O bailarino João Negreiros ganhou o Prêmio Klaus Viana da Funarte, em 2010, para fazer uma turnê por quatro cidades com o espetáculo Estrada griô, com direção de Hugo Rodas. No entanto, a descoberta de um câncer interrompeu os planos do bailarino brasiliense, que morreu em setembro de 2012. Em vez de devolver o dinheiro do prêmio, o grupo Alaya Dança, do qual ele era integrante, resolveu fazer o DVD Marcas de uma estrada griô, no qual conta a trajetória de Negreiros com o auxílio de imagens de espetáculos realizados ao longo de 22 anos de carreira e entrevistas com profissionais da dança, amigos e família.

Foi Lenora Lobo, há 24 anos à frente do Alaya, quem levou Negreiros para a companhia, em 1991. Recém-formado pela Faculdade Dulcina, ele defendia que não era exatamente um bailarino, e sim um ator. Mas a expressividade fazia com que transitasse muito bem pelas duas linguagens e isso encantou Lenora, criadora de um método utilizado para preparar todos os integrantes do Alaya. ;O João era bastante singular;, lembra. ;Ele teve um caminho diferente dos outros. Ele foi assimilando o método do palco para a sala de aula, ao contrário dos outros. Como ele era muito expressivo, eu ia colocando ele no palco;, lembra a coreógrafa. ;Ele nem era um ator no sentido clássico, nem um bailarino no sentido clássico. É como se fosse um brincante da cultura popular, ele arriscava mais com a voz, com a palavra e essa era a particularidade dele.;



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Lenora tem praticamente toda a história da companhia documentada em imagens. Todos os espetáculos foram registrados em vídeo, o que facilitou a costura do DVD. Ela fez questão de inserir no documentário dois espetáculos inteiros que unem as duas pontas da vida artística de Negreiros, que morreu aos 48 anos. Marcas é um trabalho do início da carreira do artista. Realizado em 1998, o espetáculo resultou de uma oficina realizada com Lenora e destinada a realizar um produto cênico sobre as próprias origens. Negreiros, cuja família é de São Raimundo Nonato (PI), na Serra da Capivara, trabalhou com argila, unindo as referências ancestrais da região piauiense à infância em Brasília. ;Ele construiu a memória afetiva em cima da família;, conta Lenora.

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