Diversão e Arte

Internet é instrumento sedutor, diz o pesquisador francês Pierre Lévy

"Em 20 anos, vamos ter uma inteligência artificial coletiva capaz de analisar seu próprio processo que vai abrir novos universos inclusive de ficção", disse

Nahima Maciel
postado em 15/04/2014 20:59



Em um auditório lotado, o francês Pierre Lévy e o pesquisador brasileiro André Lemos debateram sobre o futuro do livro e da leitura num mundo povoado pela cultura digital. O debate aconteceu dentro da programação da II Bienal Brasil do Livro e da Leitura.

Para o francês, cultuado pelas pesquisas sobre a cibercultura e conhecido pelo otimismo diante das novas tecnologias, a escrita e a leitura nunca vão acabar. Elas vão, isso sim, adquirir novas formas e novos suportes. Ele também falou sobre a velocidade das mudanças tecnológicas. "Há 25 anos, menos de 1% da população mundial estava conectada à internet. Hoje, são 35%. Nenhum tipo de comunicação despertou tão rápido", disse.

Levy disse que sonha com o dia em que será possível reproduzir no mundo digital um ecossistema de ideias do espírito humano. Ele acredita que será possível categorizar as emoções e que particularidades da linguagem digital, como o hashtag, já são maneiras de categorização. "Em 20 anos, vamos ter uma inteligência artificial coletiva capaz de analisar seu próprio processo que vai abrir novos universos inclusive de ficção", disse.

Para André Lemos, é errado encarar os novos instrumentos de leitura e produção de texto como um risco. "Muitos analisam errado ao dizer que , com a internet, as pessoas não estão mais em contato com as outras. Sabemos que isso é uma bobagem, que é o contrário. O problema é que esse é um instrumento sedutor", disse.

A literatura no feminino foi o tema da fala de Ana Miranda. "É um tema polêmico, que toca cada um de nós. Nunca participei de uma mês sobre esse tema e não tenho certeza do que penso", disse Ana, que acredita que a construção do personagens transcendem a questão de gênero. Ana Maria Machado, convidada para a mesma mesa, cancelou participação na bienal. A historiadora Lilia Schwarcz, que também deveria ter participado de mesa sobre a construção das narrativas sobre a história do Brasil, também cancelou a participação.

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