Diversão e Arte

Vocalista da Plebe Rude fala ao Correio sobre show na Bienal de Brasília

O vocalista do grupo, Phillippe Seabra, falou sobre a expectativa de dividir o palco com a Orquestra Sinfônica de Brasília nesta sexta-feira

postado em 17/04/2014 16:51
Segundo Seabra, a parceria com a Orquestra vai virar DVD
Nesta quinta-feira (17/4), às 22h, o palco do Show da Resistência será marcado pelo som da Plebe Rude, com participação especial da Orquestra Sinfônica de Brasília. Para o show, o grupo de influência punk vai trazer os clássicos Bravo Mundo Novo, Proteção e outras, além de composições inéditas do álbum Nação Daltônica, que será lançado neste mês. No palco serão aproximadamente 80 músicos, numa parceria da Plebe e da Orquestra Sinfônica para apresentação das canções. ;No final do ano, faremos outro show com a Orquestra e será feito um DVD;, conta Phillippe Seabra, vocalista da banda. O show será na Praça do Museu Nacional da República. Entrada franca.

[SAIBAMAIS]Confira a entrevista com Phillippe Seabra

A ditadura chegou a atrapalhar o trabalho da Plebe?


A gente não chegou a fugir de tanque, né? Mas, fui preso naquele famoso show em Patos de Minas, com a Legião, em 1982. Tive uma música censurada também, a Censura. A gente tinha que mandar as músicas para a censura, e aí não passou.

E como você percebe as bandas brasileiras atuais? Elas ainda fazem críticas como naquela época?

O Brasil, na cultura pop, está na pior fase. E quando você acha que não consegue piorar depois do emocore, vem o sertanejo universitário, e eu fico assustado. Não tenho problema com o pop, meu problema é quando o trabalho é mal feito. Tinha que ter bandas com músicas que fazem associação com literatura, que tenha embasamento. Vejo os meus amigos, eles estão numa fase de estagnação, porque quando fazem uma música engajada, não emplaca. Sério, pra mim chega, estou cansado de mentira, banalização e industrialização.

Como foi a produção do Nação Daltônica?

Esse é o primeiro disco que estou compondo desde o nascimento do meu filho. Estou vendo tudo através do prisma de ser pai, e isso muda muita coisa. Quando você tem uma banda de 33 anos, começa a pensar em que mensagem eu quero deixar para o meu filho, o que eu posso adicionar para ele. Eu quero que ele olhe daqui a uns anos e diga: ;caramba, meu pai fez isso!”. Nesse disco também a gente dá uma bronca nesses artistas novos que usam músicas daquela época para se promover. Caramba, muita gente foi presa por causa daquelas músicas, fico indignado com a banalização, com esses discursos inflamados, pura demagogia. Não é que seja proibido fazer isso, é uma questão de conceito, fazem umas músicas idiotas com discursos idiotas. Com esse disco novo, a gente vai chegar dando voadora.

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