Diversão e Arte

Pessoas com necessidades especiais sofrem para se locomover em baladas

Produtores de espaços culturais estão começando a melhorar as estruturas para incluir esse público ainda carente

postado em 09/07/2014 08:28
Denise Braga e Justino Bastos são cegos e enfrentam dificuldades na noite brasiliense
A nutricionista Denise Braga e o músico Justino Bastos namoram há menos de um ano. Como em todo começo de relacionamento, o casal vive em busca de programas para fazer aos fins de semana. Ocorre que tanto Denise quanto Justino são cegos, e raramente conseguem sair de casa desacompanhados. ;É preciso alguém para nos guiar, já que nos eventos não costuma ter alguém direcionado a fazer isso;, reclama Denise. Ela conta que, com a falta de sinalização em braile, não consegue encontrar banheiros, nem saber o preço dos produtos que quer comprar.

Justino é vice-presidente da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais (Abdv) e acredita que Brasília ainda não está preparada para receber deficientes ; quaisquer que sejam ; em shows e baladas, por exemplo. ;Você consegue contar nos dedos os eventos que reservam espaços de fácil acesso, pisos táteis e rampas para pessoas com limitações motoras;, lembra, já emendando: ;Eu tenho um cão-guia, mas como é que vou levá-lo até a porta de uma boate? E a fila?;.



Certa vez, foram juntos a um baile dançante e, após tentar alguns passos na pista, acabaram se perdendo da mesa que ocupavam. ;A sorte é que um garçom percebeu que éramos deficientes e se ofereceu para ajudar. Não é o ideal, muito menos o que acontece normalmente, mas naquela ocasião um desconhecido nos ajudou e foi ótimo;, lembra Denise. Para ela, a solução é frequentar os mesmos lugares. ;O pessoal já nos conhece e pode ajudar com algum descuido;, observa.

Conhecimento de causa

Nesta briga pela garantia do direito de ir e vir, o estudante Christiano de Freitas sofre com a falta de interesse dos empresários em adaptar seus negócios para pessoas que, como ele, utilizam uma cadeira de rodas para se locomover. ;Frequento todos os tipos de festa. Sei, por conhecimento de causa, que muitos locais não têm acessibilidade para cadeirantes, tais como rampas ou elevadores. Os donos de bares o boates simplesmente não se importam;, diz.

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