Diversão e Arte

Brasil Cibernético faz show de estreia nesta quinta-feira em Brasília

Formada por figuras conhecidas do underground brasiliense, banda Brasil Cibernético estreia nos palcos nesta quinta-feira, no Velvet Pub

postado em 31/07/2014 07:00

Brasil Cibernético, formada por veteranos do rock de Brasília

;Não pode parar, eu escolhi a música em primeiro lugar;. A letra minimalista da primeira música lançada pela banda Brasil Cibernético deixa claro o motivo por detrás de sua criação: a necessidade de seus integrantes se manterem musicalmente ativos.

;Ficar um tempo sem banda autoral me fez ver como a música é importante pra mim e como ela ajuda a equilibrar a minha rotina. Quando eu não toco, parece que está faltando algo, fica tudo meio desequilibrado;, explica o vocalista e guitarrista Carlos Pinduca, conhecido pelo seu trabalho nas bandas Prot(o) e Maskavo Roots.

Com show de estreia marcado para esta quinta-feira (31/7), no Velvet Pub, Pinduca encara este recomeço de forma bastante despretensiosa, pesando os erros e acertos na trajetória das suas bandas passadas. Se no Maskavo Roots ele experimentou um repentino sucesso prematuro (aos 19 anos assinou com uma grande gravadora), no Prot(o) sentiu na pele os altos e baixos de tocar uma banda independente. Apesar de não ter alcançado sucesso comercial, conquistou um seleto séquito de admiradores.



Com o Brasil Cibernético, o lema ;a música em primeiro lugar; é levado à risca. ;Esse compromisso com a música é algo que carregamos com a gente, mesmo que hoje ela não seja nossa fonte de renda. A despretensão é mais com o sucesso comercial, mas teremos sempre um grande compromisso com a qualidade;, aponta Pinduca. ;Obviamente, gostaríamos que o maior número de pessoas ouvisse e gostasse, mas não pagaríamos qualquer preço por isso;, conclui.

O embrião do novo grupo surgiu em 2012, cinco anos depois do fim do Prot(o). De forma orgânica, a banda foi criando seu repertório e chegou à atual formação, que conta com outras figuras tarimbadas do rock brasiliense. Na guitarra, Flávio Silva, cujos acordes atmosféricos e etéreos chamam atenção em bandas como Disco Alto, Meu Amigo Tigre e Voxolder. Na bateria, Beto Cavani faz jus à reputação conquistada tocando com Suíte Super Luxo, Beto Só e Lucy and the Popsonics. Luis Gabriel de Vitta, baixista das bandas Markapasso e Davi Kaus & os Irmãos Metralha, completa a cozinha.

Na apresentação desta noite, o quarteto divide o palco com o Phonopop, parceiros de longa data que atualmente divulgam seu segundo disco. Para marcar o primeiro show, o Brasil Cibernético lança uma nova música, New Yang, disponível no . Abaixo, o vídeo de lançamento da primeira canção A música em primeiro lugar:

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>> ENTREVISTA>>
Em entrevista para o Correio Braziliense, os integrantes falam um pouco mais sobre a banda, suas perspectivas e comentam o atual momento do rock de Brasília.

Por que montar a Brasil Cibernético?

Pinduca - Ficar um tempo sem banda autoral, de 2007 a 2012, me fez ver como a música é importante pra mim e como ela ajuda a equilibrar a minha rotina. Eu, realmente, preciso disso, faz parte da minha essência, pois torna mais leve a minha relação com o trabalho, com a família, etc. Quando eu não toco, parece que está faltando algo, fica tudo meio desequilibrado. Montar o Brasil Cibernético veio muito dessa necessidade de expressão e de buscar um equilíbrio para a minha rotina. Coloquei muita expectativa no Prot(o) e, quando a banda acabou, eu me vi desapontado com a música de forma geral. Depois vi que parte desse descontentamento vinha muito das minhas próprias frustrações com o trabalho, com outras coisas. Depois que passei a trabalhar num emprego que gostava e tive um filho, parece que a música ficou mais livre para ser desfrutada como algo divertido, que dá prazer. O Brasil Cibernético nasceu já dentro dessa minha nova relação com a música.

Beto - Quando o Pinduca me convidou para o projeto, eu tinha certo comigo que ele era um sujeito com quem eu ainda gostaria de tocar. Sempre curti muito o Prot(o) e agora tenho a satisfação de estarmos juntos na mesma banda, ao lado do Luís e do Flávio, outros dois caras em quem boto muita fé. Para mim é um privilégio. E com um time desses, resolvi me aventurar também com a produção musical. Estudei Protools e mixagem e peguei o Brasil Cibernético como cobaia. Aliás, ;A música em primeiro lugar; é a minha primeira mix. O desafio agora, além da batera, é fazer bons registros da banda.

Flávio - Peguei o bonde meio que já andando: em 2013, quando o Bruno Sres saiu da banda, ele mesmo me chamou pro seu lugar. Eu só conhecia o Beto. Já existiam seis músicas com versões provisórias, mas bem avançadas. Me enviaram essas gravações, gostei das músicas e entrei para a banda. "Roubei" algumas linhas de guitarra dos guitarristas anteriores, fiz coisas completamente diferentes em outros momentos, e nisso dei minha contribuição para as músicas como elas estão agora. A banda se diferencia das outras nas quais toco principalmente pelo som, que é um rock mais direto (mas mesmo assim bem plurívoco dentro desse universo), que é bem legal de fazer. E também por ser mais organizada e disciplinada quanto a dias de ensaio etc. ; as outras passam meses, às vezes aniversariam em inatividade ;, o que contrasta com a experiência dos outros três, que já tiveram trabalhos mais intensos.

Luis Gabriel - Como o Flávião já disse, peguei também o bonde andando. Já tinha tocado em alguns projetos com o Beto que não foram para frente. Daí ele me chamou para esse projeto com o Pinduca, ensaiamos algumas vezes e conversamos sobre as nossas visões sobre música etc. Na época o guitarrista era o Ivan, depois o Bruno e entrou o Flávio encaixando perfeitamente na banda. Até ficamos um pouco com medo que ele saísse depois.

Pinduca, Flávio, Luis Gabriel e Beto Cavani formam a Brasil Cibernético
Que influências cada um de vocês trouxe para as composições da Brasil Cibernético?

Pinduca - Eu acho que cada banda que a gente ouviu ou tocou traz uma bagagem para o som que fazemos atualmente. Mesmo que seja algo pretensamente distante do som que fazemos hoje em dia, sempre sobra um resquício, uma bagagem da estrada por onde a gente já passou. Tenho certeza que, até hoje, mesmo tentando fazer um som mais refinado, ainda trago muito de punk rock comigo, seja na escolha das palavras ou na opção por refrões mais diretos. Assim como o punk, o reggae, o hard rock, o som psicodélico, tudo que ouvi(mos) na vida uma hora se reflete no som do Brasil Cibernético.

Flávio - Como já foi dito, acho que tudo que se ouve, se estuda, se cria afinidade, acaba se refletindo de forma direta ou indireta no trabalho da banda, para coisas além da música, inclusive. Um exemplo de influência mais direta: fiz um arranjo de guitarra para uma música do Brasil Cibernético (Outubro, ainda não lançada) que lembra muito algumas guitarras do Disco Alto, que por sua vez têm uma referência baseada em timbres de bandas como Sigur Rós, gestos de alguns momentos de Radiohead, até mesmo a condução melódica de uma sonata do Brahms, e por aí vai. Não são influências conscientes, mas elas acabam se permeando e se acumulando naturalmente, em níveis tanto reconhecíveis como completamente remotos e intraçáveis.

Como é o processo criativo?

Pinduca -
Geralmente, alguém leva uma ideia inicial e a gente trabalha nela. Atualmente, temos sete composições: cinco tiveram a ideia inicial levada por mim e duas foram trazidas pelo Luis. Mas todos da banda são compositores e a tendência é que, cada vez mais, a coisa fique dividida entre os quatro.

Quais as ambições da banda?
Pinduca - Nem eu sei exatamente quais são as ambições do Brasil Cibernético. Obviamente, gostaríamos que o maior número de pessoas ouvisse e gostasse da nossa música. Mas não pagaríamos qualquer preço por isso. Além disso, hoje eu sei que o sucesso comercial depende de uma série de fatores que nem estão ao meu alcance. Inclui até mesmo um pouco de sorte. Como me disse uma vez o astrólogo e ex-baterista do Engenheiros do Hawaii, Carlos Maltz: "a música é uma musa, não é você que decide viver dela: é ela que decide se e quando quer que você viva dela ou não". Não concordo em 100% com essa visão mística (acredito em perseverança e talento), mas sei que o destino não está exatamente em nossas mãos. Mas, voltando propriamente às ambições do BC: acho que a gente quer fazer boa música e se divertir com isso. Isso é o mais importante nesse momento.

Beto - Minha ambição é fazer música que me agrade e gravá-las da melhor maneira possível. Se houver espaço adequado para executá-las ao vivo, melhor. Se alguém gostar das músicas, melhor ainda!

Flávio - Como em todas as outras bandas, as minhas ambições meio que se encerram no próprio produto final. Mas, quando o resultado fica bom (e eu acredito que está), naturalmente dá vontade de divulgar, de que essas músicas façam parte da vida de outras pessoas em qualquer dada escala: um amigo vindo me dizer que achou a banda legalzinha, um desconhecido colocando nossa música numa lista de melhores do ano, alguém dizendo que associa tal música nossa a um momento legal, uma maluca subindo no palco pra agarrar o Luis, nosso show enchendo um lugar, um filme tosco do Michael Bay tendo uma versão brega orquestral de alguma música nossa na trilha sonora apoteótica do final... Ou seja, nada muito concreto: o que vier tá bacana.

Luis Gabriel - Atualmente as minhas ambições com a música em geral são bem mais artísticas do que comerciais. Chega um ponto na vida em que você se pergunta qual o sentido de estar envolvido com música nesse tempo. E cheguei à conclusão que, para mim, não é somente por grana. Envolve muito mais coisa. É tipo uma droga que nenhuma clínica de rehab pode te tirar. Ter aquela mesma sensação de se ouvir pela primeira vez na vida uma música que você participou em uma rádio, ou comemorar com uma pizza enquanto escuta a sua primeira fita demo. De entrar pela primeira vez em um estúdio de gravação. São coisas que com o tempo se perde, mas que atualmente tenho buscado de volta. Curtir o processo e não fazer o processo ser somente uma carga niilista.

Durante a gravação e mixagem da próxima música a ser lançada, New Yang

Como surgiu o nome?

Pinduca - Na época em que eu tocava no Prot(o), meu pai, que é militar da reserva e já tem mais de setenta anos, me disse uma vez: esse nome da sua banda é muito ruim. Você tem buscar algo mais chamativo, mais moderno, um nome, por exemplo, como Futuro do Brasil ou Brasil Cibernético. Achei aquela sugestão tão equivocadamente ingênua, que achei engraçado. Guardei esse nome por muito tempo, como uma piada. Quando estávamos procurando um nome pra banda, lembrei dessa sugestão do meu pai e vi que, de repente, ela já tinha dado a volta, sabe? De tão fora de contexto, ela tinha ficado legal. Pois, pense bem? ninguém botaria o nome da sua banda começando pelo nome "Brasil": é muito pouco estiloso. E o cibernético parece o futuro do pretérito. Ou seja, seria algo moderno nos anos 70. Gosto muito desse anacronismo e dessa ingenuidade do nome. E achei muito legal também ele ser um nome anti-estiloso, principalmente dentro de um meio em que tanta gente que parecer stylish.

Pretendem fazer um disco cheio ou continuar a lançar músicas avulsas?

Pinduca - Por enquanto, nossa idéia é só lançar na internet, mesmo. Vamos lançando as músicas à medida em que as gravações forem ficando prontas. Se, uma hora, a gente achar que isso dá um disco cheio e que vale a pena lançá-lo nesse formato, nós o faremos. Mas a minha visão muito pessoal é que as bandas lançam discos físicos hoje em dia quase que como fetiche, pois não tem mais aquele peso de material de divulgação que já teve no passado.

Quais as diferenças entre montar uma banda hoje em dia e nos anos 90? Quais as diferenças entre fazer um som aos 17 anos e agora, aos 40?

Pinduca - O cenário musical de Brasília (e brasileiro) é completamente diferente nos anos 90 em comparação com os dias de hoje. Nos anos 90, as pessoas frequentavam mais os shows. Uma banda sem disco e com som alternativo conseguia dar show para 300, 500 pessoas nos anos 90. Hoje em dia, o público que vai a shows de rock é praticamente composto por amigos. Mas, como hoje eu tenho 40 anos, nem posso falar muito. Acho que o cenário do rock deve estar fervilhando mais no Ensino Médio dos colégios ou nas universidades. Esse é, digamos, o verdadeiro público de rock. Então, até pela minha idade, eu já não tenho contato com essas pessoas mais novas.

Sobre tocar com 17 anos e 40 anos, talvez o que haja em comum seja a despretensão, mas vinda por caminhos diferentes. Com 17 anos, você só quer estar em cima de um palco para botar sua raiva para fora ou chamar a atenção das meninas. Com quarenta, você quer levar um som, quer um pretexto para sair de casa e encontrar os amigos. São duas despretensões vindas por caminhos diferentes. O complicado é a faixa de idade dos 20 e 30 anos, na qual você ainda sonha em viver de música e tenta viabilizar aquele sonho financeiramente. Pra mim, essa fase foi meio dureza.

Beto - Com 17 anos eu ainda estava no Bicicross... Bem, quando eu comecei a tocar bateria em 1989, com 19 anos, ainda não havia internet aqui no Brasil, nem tendinite. Ou seja, mudou um pouquinho. Agora vivo no Brasil Cibernético e com muita tendinite. É bem mais difícil marcar ensaio porque o Pinduca é um velho coroca, o Luís trabalha o dia inteiro e o Flávio sequer tem whatsapp. Deviam matar gente dessa estirpe. No mais, continuo achando que pegar mulheres e fazer um som são atividades extremamente nobres. Inclusive estou afinzão da vocalista do Zoozoo, minha outra banda.

Flávio - Acho que eu não tenho como comentar com propriedade essas duas questões... Mas um ponto que rola é que, de moleque, geralmente música tem muito mais a ver com a definição da própria identidade, tanto que nessa época grupos de amigos se formam em torno de gostos e referências em comum, casais idem. Nas minhas bandinhas de punk eu tinha vontade de fazer parte de um certo grupo definido, me dirigir a quem entendia e compartilhava daquela cultura etc. Se eu tocava um cover de Jawbreaker ou At The Drive-In eu ficava procurando quem na platéia tava cantando junto (com muita esperança uma gatinha, mas aí era pedir demais considerando os lugares nos quais eu tocava ; festivais da escola etc). Mais velho, esse tipo de coisa perde o sentido e a música se torna mais pela própria música, mesmo. Pelo menos é como foi comigo.

Luis Gabriel - Bom, nos anos 90 minha vida se resumia a ir nas locadoras jogar fliperama com uma garrafa de Baré com salgadinhos, passar o dia inteiro jogando bola e andando de Bike. Tenho 29 anos agora, mas o que posso dizer sobre isso é que foi uma época divertida. Já por alguns fatos citados acima e também outros, como esquecer o baixo em casa e se lembrar somente quando na hora do show, ver o baterista quebrando os pratos da bateria toda por ser de péssima qualidade etc.

Durante mixagem feita no estúdio de Beto Cavani

E a cena do rock hoje em Brasília?

Pinduca - Não sou a pessoa mais apropriada pra falar, pois ando meio distante da cena. Eu sei que tem muita gente talentosa por aí e o fato de tocar com o Flávio e o Luís, que são mais de dez anos mais novos do que eu, me ajudou a ver isso. Ainda acho que falta uma banda com um grande diferencial, aquela que mude o curso das coisas, no sentido de trazer o público de volta aos shows autorais pelo interesse que ela vai despertar nas pessoas. Mas eu não imagino como essa virada vai acontecer. Acho que ela começa nos subterrâneos e, quando você menos espera, tá surgindo uma nova onda aí para tomar a cidade de assalto. Torço para que o rock de Brasília consiga se reerguer.

Flávio - No pouco contato que eu tenho, que é um microcosmo de amigos e amigos em comum, é basicamente isso: núcleos de amigos e amigos em comum. Mas mesmo nesse microcosmo tem muita coisa boa acontecendo, não só no rock mas em diversas outras vertentes. Então com certeza tem muita, muita coisa boa por aí que sequer ouvi falar. Certamente tem muita banda que é boa mas também desorganizada e, hoje em dia, com tanta coisa sendo produzida e divulgada via internet, é complicado se fazer ouvido de fato fora do seu círculo sem um trabalho mais sério nessa parte extra-música. Digo, fazer um sucesso relativo, ainda que local, tem muito a ver com disposição e ímpeto para divulgar, fazer material, tocar em diversos lugares etc. Uma verve quase publicitária. Mas enfim, tem muita gente talentosa por aí e um monte de encontros entre elas acontecendo e esperando pra acontecer. E o que é realmente excepcional costuma aparecer (mas pior que nem sempre).

Luis Gabriel - Admito que estou meio que por fora, mas de vez em quando dou uma vasculhada, e acho algumas coisas interessantes como o Transmissor, de Minas Gerais, e Cambriana, do Goiás, entre outras.

Brasil Cibernético é;

Pinduca - Uma banda formada por pessoas apaixonadas por música, que viveriam disso caso fosse viável financeiramente. Eu acho que esse sentimento, esse compromisso com a música é algo que carregamos com a gente, mesmo que hoje a música não seja nossa fonte de renda. No caso, a despretensão é mais com o sucesso comercial, mas teremos sempre um grande compromisso com a qualidade.

Beto - Não diria de forma séria, mas sim vital. Uma bananeira, por exemplo, dá bananas independentemente de macacos para comê-las. É o ofício dela. E no meu caso, ainda que o desempenhado de forma questionável, o ofício é a música. Estou convencido de que vale a pena levar a vida trabalhando a música em minha cabeça. Como diria Beto Guedes, ;a abelha fazendo o mel vale o tempo que não voou;.

Flávio - Minha relação com a música é de certa forma profissional, porque, embora seja servidor público, estou de licença sem remuneração e minha fonte de renda, ainda que esparsa, tem sido a composição de trilhas sonoras. Além da minha própria formação acadêmica (que tem muito mais a ver com o universo da música de concerto, mas ainda se enquadra no universo geral da música). Acho que, no meio disso tudo, uma banda de rock como o Brasil Cibernético acaba sendo uma parte que é quase exclusivamente divertida e lúdica, mas nos pequenos processos envolvidos as coisas são feitas com o intuito de ter um bom resultado. Acho que a seriedade da qual a gente fala é só esse compromisso com o produto final, mesmo.

Como as mídias digitais favorecem ou prejudicam a vida do músico? Vocês têm utilizado estas plataformas?

Pinduca - Do meu lado, como tenho outra fonte de renda e não preciso mais me preocupar com questões comerciais, eu tenho um olhar muito positivo em relação às mídias sociais. Acho super legal você disponibilizar uma música que poderá ser ouvida por pessoas do mundo inteiro, com apenas um click. Poxa, sou do tempo em que você tinha que postar uma fita-demo no correio, para que ela chegasse em apenas um destinatário. Então acho muito legal essa possibilidade de acesso pra todo mundo.

Beto - Por um lado, é muito bom ter acesso a tudo que se queira ouvir sem sair de casa. Por outro lado, é estranho que não tenhamos mais disposição para acompanhar as novidades de expressões artísticas de forma presencial antes que elas se tornem um sucesso no youtube. Mas o que não tem remédio, remediado está. As novas plataformas serão certamente adotadas pelo Brasil Cibernético.

Luis Gabriel - Eu acredito que quem sabe utilizar bem essa ferramenta tem se dado bem. É só ver a molecada de hoje em dia, formam suas bandas e já têm Myspace e milhares formas de trabalhar a sua banda em mídias digitais, que às vezes fico impressionado. Tenho até vontade de chegar em um guri e pagar pra ele me ensinar a fazer um curso básico de marketing de bandas. Mas acho que o felling e a música sempre serão mais importantes no final.

O que já foi feito pela banda?

Pinduca - Lançamos a nossa primeira gravação em junho, na nossa conta do soundcloud (https://soundcloud.com/brasil_cibernetico). Trata-se de uma canção chamada A Música em Primeiro Lugar, para qual lançamos um clipe. E, para acompanhar nosso show de estreia, estamos lançando mais uma outra música, chamada New Yang, que é totalmente diferente de A Música em Primeiro Lugar. Nossas perspectivas são fazer shows e ir mostrando o nosso trabalho pela cidade e, quem sabe, pelo Brasil.

O show no Velvet é muito especial por ser nosso primeiro show, nosso primeiro contato com o público. Depois de ensaiar por mais de um ano, é legal sair do estúdio, do mundo virtual, para chegar nesse mundo real, que é o show. Vamos dividir o palco com o Phonopop, banda da qual sou fã e amigo dos componentes.

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