Diversão e Arte

Tragédia da boate Kiss é lembrada no festival de Cinema de Gramado

Longa "Janeiro 27" dos diretores Luiz Alberto Cassol e Paulo Nascimento trata do assunto

Ricardo Daehn - Enviado especial
postado em 11/08/2014 18:05
Longe do imaginário do glamour vinculado ao 42; Festival de Cinema de Gramado, o cinema -- com exibição do longa (fora de competição) Janeiro 27 -- ganha contornos de denúncia e de instrumento de mobilização.

Uma comitiva de 22 integrantes do grupo Santa Maria do Luto à Luta, chefiada pelo presidente Flávio Silva, chegou para acompanhar a exibição do filme de Luiz Alberto Cassol e Paulo Nascimento. "Grande parte veio para somar conhecimento no relato do que realmente aconteceu no incêndio da boate Kiss (em fato de Santa Maria que vitimou 242 mortos).

O motivo é de alerta para a população. Me parece que as autoridades locais não tiraram nada de positivo, com relação ao massacre e à nossa desgraça pessoal. Casas noturnas seguem operando de forma irregular, sem o documento do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio.



Prefeitos e empresários falam de flexibilização de uma lei aprovada e que desobriga cuidados relacionados ao tema. Dizem que é provisório o alvará de muitos, e me pergunto se a vida das pessoas é provisória também", observa Flávio Silva. Para a produção do filme, ele deu depoimento de três horas acerca da morte da filha Andrielle da Silva, que, na boate, comemorava o 22; aniversário.

O pai ainda alerta para recentes eventos que corroboram maior necessidade de vigilância. "Tivemos novos princípios de incêndios em estabelecimentos e também, noutra pane em casa noturna de lá, os jovens foram barrados para pagamento das malditas comandas", desbafou. O grupo deve se manifestar, na exibição que ocorrerá após a exibição da Mostra Competitiva.

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