Ricardo Daehn - Enviado especial
postado em 19/08/2014 08:44
Gramado (RS) ; ;Tudo começou como uma sala simples, um verdadeiro cinema do interior;. Puxando, assim da memória, dona Eunice Coelho ; há mais de 30 anos frequentadora do Festival de Gramado ; redimensiona um dos mais prestigiados eventos de cinema do país. Desde as passagens de figuras como Michelangelo Antonioni e Gina Lollobrigida, muita coisa da sétima arte perpassou a convivência de Eunice e do ilustre marido, o professor de cinema Aníbal Damasceno Ferreira, (morto em 2012). Visto a proporção micro de experiências particulares, o legado de Gramado se amplia, quando se nota seu papel na engrenagem de filmes, nas estratégias de lançamento e na adaptação a novos tempos.
;Agora, começa outra guerra: colocar gente para dentro do cinema;, diz o diretor de A estrada 47 (premiado melhor filme), Vicente Ferraz. ;A estrada vai continuar;, emenda a mulher dele (e produtora da obra de R$ 8 milhões), Isabel Martinez, lembrando que ;não é mais uma comédia; é um drama que acorda sentimentos esquecidos e que lidam com a nossa história e com a ação da FEB, na Segunda Guerra;.
Sem a intervenção dos espectadores, a janela, porém, se arrisca a estilhaçar. Entre elogios ; ;A gente percebe a mobilização dos moradores da cidade para que tudo transcorra bem; ;, a agente de vendas mexicana e distribuidora internacional Estrella Araiza não faz vistas grossas ao desacordo notado em Gramado. Ainda que o festival tenha investido na formação de público, há uma forte percepção de que o público não desfruta inteiramente da programação;, comenta a diretora do mercado de Guardalajara que, recentemente, mobilizou 111 mil pessoas.
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