Nahima Maciel
postado em 26/08/2014 08:46
Comemorado nesta terça-feira (26/8), o centenário do nascimento de Julio Cortázar é também uma oportunidade de retomar a linha que elevou o escritor argentino ao topo do que é considerado hoje a melhor produção latino-americana. A afirmação não é partilhada por todos os críticos e escritores, mas o nome de Cortázar, e isso é inegável, conseguiu uma projeção que apenas figuras como Jorge Luis Borges, Mario Vargas Llosa e Gabriel García Marquez alcançaram.
Para celebrar a data, o selo Civilização Brasileira, da Record, detentora dos direitos de publicação do argentino, investiu em novas traduções (confira ao lado)e em uma edição comemorativa de O jogo de amarelinha, publicada no ano passado. Este ano, chegaram às livrarias Final do jogo, Um tal Lucas e, até dezembro, será a vez A fascinação das palavras. Nesse último, Cortázar dialoga com o escritor Omar Prego Gadea em forma de conversa. O livro estava esgotado há anos e traz reflexões do argentino sobre o próprio processo de criação literária e sobre a militância política.
Andreia Amaral, editora da Civilização Brasileira, explica que o autor foi mantido no catálogo do selo, que tem pouquíssima ficção porque está entre os mais vendidos. O critério para as reedições foi o fato de alguns livros estarem esgotados. ;Cortázar escrevia pensando em quem ia ler seus textos. Ele elaborava os livros provocando o leitor, lhe fazendo interagir com a história. Então, sua voz parece sempre muito atual porque ela fala diretamente com aquele que se dispõe a embarcar nessa aventura de ler sem se prostrar, sem ficar passivo diante do que é colocado. Você termina a leitura se sentindo também presente, revirado, e isso vai ajudando a formar uma certa consciência em relação a tudo o que está no seu entorno;, analisa Andreia.
Carreira
Filho de um funcionário do corpo diplomático argentino, Cortázar nasceu na Bélgica e cresceu na Argentina, onde estudou para ser professor de letras. Chegou a dar aulas e a construir uma carreira acadêmica até resolver deixar o país, nos anos 1950, por conta da ditadura de Peron. Em Paris, durante um autoexílio que durou a vida inteira, o escritor plantou as raízes da carreira literária.
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