Diversão e Arte

Filmes do BIFF têm a fotografia como elemento fundamental da narrativa

Longas na programação do Biff, nesta semana, transitam entre as experiências de múltiplos gêneros; confira

postado em 02/09/2014 08:43
Cena de A história de Papusza: a força revolucionária da palavra no jogo da vida
Estimular os sentidos, as emoções e os desejos dos espectadores parece ser a intenção principal dos filmes em exibição do (Biff), que ocorre na cidade até 6 de setembro. Pelo menos nos longas Papusza (Polônia) e Karnaval (Turquia) essa ideia é bem clara. As imagens do filme polonês apresentam a mágica do cinema, das fotografias em movimento. A sutileza das formas, das sombras - reunidas a elementos cênicos - transmitem a poesia, que, aliás é o grande elemento de transformação da protagonista, a cigana Papusza. Já no longa turco, o espectador com os sentimentos divididos, sem a clareza de que se trata de drama ou comédia. O fato é que os dois elementos estão ali presentes na película do diretor estreante Can Kilcioglu comuma comédia-romântica.



Os dois filmes fazem parte da Mostra Competitiva do festival e concorrem, com outros 10 grandes longas, a um total de R$ 100 mil em prêmios - R$ 20 mil para cada categoria: melhor filme, melhor direção, melhor roteiro, melhor ator e melhor atriz. As exibições dos filmes da Mostra Competitiva ocorrerão no Cine Brasília, com reprise no dia seguinte no Cine Cultura Liberty Mall. Após a projeção de cada filme da mostra competitiva, no Cine Brasília, será realizado um debate entre o representante da equipe técnica do concorrente e o público em geral.

Confira trailer de Papusza

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Poesia libertária

Quando uma mulher de origem cigana se debruça a produzir poemas, rompe com paradigmas sobre as tradições femininas de um povo. Essa é a história de Papusza, da etnia Rom, que se casou ainda menina em união arranjada dentro da comunidade. A trajetória dela é contada até a terceira idade, antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. A poesia se manifesta em vários momentos do filme em uma narrativa não linear, marcada por uma fotografia intensa e vibrante, que remete o espectador aos momentos mais subjetivos da personagem, desde quando segue com a família em caravana, até os momentos de pausa nos acampamentos. Ela dança, conta e ouve histórias com os seus, mas escreve. E a escrita a transforma na primeira mulher daquela etnia a publicar livros. A vida da cigana ganha novos contornos quando se estabelece na miserável vida urbana da Polônia comunista e encontra o poeta Jerzy Ficowski.

O longa de 131 minutos é dirigido por Joanna Kos-Krauze e Krzysztof Krauze, realizadores poloneses cujos filmes se caracterizam por uma abordagem humanista e respeito a seus protagonistas. Sua primeira produção, Dlug, foi escolhida um dos mais importantes filmes da Polônia nos últimos 20 anos. Realizaram juntos também Mój Nikifor (My Nikifor) e Plac Zbawiciela (Saviour Square). Ao todo, seus filmes somam mais de 120 prêmios.

Terror do amor

Depois da primeira exibição de Karnaval no Brasília International Film Festival (BIFF), domingo no Cine Brasília, os sentimentos da plateia estavam divididos. Afinal, o longa de estreia do turco Can Kilcioglu é um drama ou uma comédia? A intenção era fazer as pessoas saírem do salas de cinema tristes ou felizes? Nas palavras do diretor, Karnaval é uma comédia-romântica que lida com problemas profundos: ;É um filme para as pessoas se sentirem bem, ao mesmo tempo em que lida com questões sérias como problemas familiares e sociais, mas sempre com humor em suas mãos;, explica.

Confira trailer de Karnaval

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