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Confira lista com 10 importantes cronistas brasileiros

Os escritores se destacaram pela variada produção literária

Nahima Maciel , Severino Francisco
postado em 08/10/2014 08:03
Machado de Assis
O escritor Machado de Assis na juventude
O Bruxo de Cosme Velho tem lugar garantido em uma selação dos cronistas brasileiros. Ele molhava a sua pena na tinha da melancolia e na tinta da galhofa. Tido, equivocadamente, como alienado das questões sociais de seu tempo, ele abordou, ironicamente, os descalabros da política, a infâmia da escravidão e as mazelas sociais do século 19, com um olhar oblíquo e dissimulado.

Lima Barreto
O jornalista e escritor Lima Barreto
Ele é, em certo sentido, o anti-Machado de Assis, a quem recriminava como "autor para moças prendadas". Lima Barreto assumia a condição de "mulato, pobre e livre". Com um estilo direto e coloquial, ele criticou, com observações de senso crítico agudo, as desigualdades sociais do século 19. Exercitava o artigo leve na forma, mas incisivo no conteúdo.

João do Rio
Crônista João do Rio
O nome verdadeiro dele era João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto. Esquadrinhou o Rio de Janeiro, com instinto de repórter, a errância do boêmio e o instinto do repórter. As suas crônicas são carregadas de finas observações e lirismo requintado.

Cecília Meireles
Escritora Cecilia Meireles
A poesia de Cecília é pura música. E ela imprimiu as qualidades de sua poesia na vasta obra de cronista espalhada pelos jornais. A sua prosa é marcada pelo ritmo, a musicalidade e o lirismo delicado.

Rubem Braga
Auto-retrato de Rubem Braga
Despretensiosamente, ele promoveu sozinho uma espécie de Semana de Arte Moderna na crônica ao radicalizar na subjetividade e inventar novas maneiras de cultivar o gênero: a carta, a divagação vagamente filosófica, o poema em prosa. Guimarães Rosa dizia que os escritores deviam construir catedrais e não fazer biscoitos, mas se rendeu aos biscoitos finos produzidos por Rubem Braga para os jornais, em dramática contagem regressiva contra o ponteiros dos relógios.

Nelson Rodrigues

O polêmico Nelson Rodrigues
Reconhecido na condição de mais importante autores do teatro brasileiro, Nelson é, também, um dos mais inspirados cronistas tanto no campo dos costumes, da cultura quanto do futebol. Dramaturgo da cabeça aos sapatos, ele promove uma mistura desconcertante de drama e humor contundente. Ele inovou o gênero ao inventar personagens célebres tais como O Idiota da objetividade, O Cretino Fundamental, A Granfina com Narinas de Cadáver, o Sobrenatural de Almeida e o Gravatinha.

Paulo Mendes de Campos
Foto de Paulo Mendes Campos, em 1946
Ele tinha pretensões de ser poeta, considerava a crônica um ofício menor, mas acabou se transformando em um dos melhores cronistas brasileiros, com um texto elegante, fluído e lírico.

Clarice Lispector
Clarice Lispector, uma das principais cronistas brasileiras
Ao comentar as crõnicas de Clarice Lispector, Rubem Braga dizia que ela "só era boa em livro". Mas o mestre do gênero se equivocou. Não percebeu que ela inventou uma espécie de subgênero dentro do gênero: a crônica metafísica. A partir de situações triviais, Clarice pode lançar o leitor a grandes voos de lirismo. Como ela mesma disse, a beleza é o nosso elo com o infinito.

Carlos Drummond de Andrade

O escritor Carlos Drummond de Andrade
O mais importante poeta brasileiro também merece figurar na seleção dos cronistas. A sua produção é vasta e desigual. Drummond guardava o essencial para a poesia, mas escreveu belíssimas crônicas, em um estilo, ao mesmo tempo, moderno e clássico, quase machadiano. Inovou no gênero ao fazer crônicas em versos, reunidas na série Versiprosa.

Vinicius de Moraes

Poeta, compositor e cronista Vinicius de Moraes
Como tantos outros nomes de primeira linha do modernismo brasileiro, Vinicius de Moraes escreveu crônicas para garantir a sobrevivência. Sem chegar a ser um cronista original, ele desfilou a condição de craque com um estilo impecável, combinando leveza , senso de humor e lirismo.

[SAIBAMAIS]

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