Diversão e Arte

Artistas investem em violência e nudez para bombarem os clipes

Especialistas avaliam os pontos positivos e negativos da tática

postado em 09/10/2014 08:03
Corpos seminus e coreografias picantes fizeram de Anaconda, de Nicki Minaj, sucesso instantâneo: 22 milhões de visualizações em dois dias

Em apenas dois dias, 22 milhões de acessos no YouTube. O número avassalador de visualizações seria pela qualidade excepcional da música de Nicki Minaj ou pela mistura de itens explosivos adicionados ao videoclipe de Anaconda? Corpos femininos seminus e coreografias que simulam o ato sexual a todo momento ajudaram a atrair o olhar de curiosos e, em pouco tempo, a canção de refrão ;My anaconda don;t; tornou-se um hit.

[SAIBAMAIS]Desde o fim de agosto, quando foi lançado, o clipe de Minaj foi visto mais de 235 milhões de vezes no canal oficial dela no YouTube. Não é de hoje que os artistas lançam mão dos mais diversos artifícios para conquistarem a atenção do público. O apelo sexual é o mais constante, mas a história da música pop mostra que temas ligados a religiosidade, a violência e a política, por exemplo, também podem ajudar um vídeo a bombar. E, em tempos de internet, é necessário bastante habilidade para angariar os espectadores, já que os clipes não pertencem mais apenas aos canais de televisão.



;Quem gosta compartilha o link do vídeo nas redes sociais, e quem não gosta acaba compartilhando também;, observa o editor do portal It Pop, Guilherme Tintel. Para ele, as polêmicas são válidas desde que suscitem discussões apropriadas sobre os temas tratados. No caso de Nicki Minaj, por exemplo, Tintel acredita que, ao utilizar o corpo da forma como bem entende, a cantora adentra ; e se impõe sobre ; questões como machismo e conservadorismo. ;A sexualização da música é para causar polêmica mesmo, mas traz também desdobramentos válidos;, avalia.

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;Se a gente pensar que o videoclipe é um produto publicitário, ligado à divulgação de uma canção que faz parte de um álbum, é natural que existam estratégias retóricas que tentem captar a atenção do espectador;, analisa Thiago Soares, doutor em cultura contemporânea e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). ;Essas estratégias sempre foram muito utilizadas ao longo da história do videoclipe;.

Nos últimos dias, outros dois trabalhos chamaram atenção pelas cenas de nudez: Romeo, do paulistano Thiago Pethit; e Animals, dos norte-americanos do Maroon 5.;Não descarto a possibilidade de os clipes serem vistos e comentados pelo uso da nudez. Mas não acredito que a garantia de sucesso dos mesmos seja essa;, defende Pethit ao Correio. ;Sexo e nudez não são nenhuma novidade. Muitos outros artistas fazem clipes com o mesmo tipo de conteúdo visual, mas não têm a mesma resposta;.

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