Diversão e Arte

Jam da Silva canta o Nordeste psicodélico em novo disco Nord

Novo trabalho do músico mostra caldeirão de influências que vão do afrobeat à música regional

Diário de Pernambuco
postado em 10/10/2014 09:51
Músico nordestino Jam da Silva

Percussão e baixo pesados, guitarras viajantes, vocais sussurrados. Assim Jam da Silva inicia Nord, seu mais novo trabalho. Clara influência dos sons psicodélicos dos anos 1960, a faixa de abertura, A vida na dança, é uma pérola instrumental, que com suas evoluções e ritmo dançante (como insinua o título), já dá o tom do que vem a seguir.

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[SAIBAMAIS]Além do pé no rock psicodélico, os ritmos locais, claro, não ficam de fora do disco, sendo evidenciados até no título, abreviação de Nordeste. A suave voz de Jam logo dá as caras na segunda faixa, Gaiola da saudade, que conta com um arranjo quase reggae. "Para que sentir a dor? Para que se tê-la? O Sol queima, racha a terra, e a Lua clareia", filosofa Jam na letra.

Um ponto bastante perceptível ao longo do disco é como o cantor foca no "groove" como fio condutor de quase todas as composições. Afrobeat, world music, tudo entra no grande caldeirão de influências do álbum. Então não estranhe se sentir uma repentina vontade de dançar ao apertar o play.



Um fator que chama a atenção em especial é o enfoque dado ao contrabaixo nas músicas. O instrumento fica em destaque em praticamente todas as faixas, ficando atrás apenas da percussão. As guitarras, que em momentos lembram o toque funky e psicodélico da Nação Zumbi, também estão muito bem gravadas. Mérito da produção do disco como um todo.

Em um disco misterioso, contemplativo, mas ao mesmo tempo pop, Jam canta o Nordeste. O Nordeste dançante, o Nordeste que é mar, mas também é Sertão. Onde fantasia e realidade se misturam, o bem e o mal se enfrentam e a vida está sempre em duelo com a morte. E convida o ouvinte a embarcar neste Nord, sem medo do futuro, e sem olhar pra trás.

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