Diversão e Arte

Em entrevista ao Correio, Tony Ramos fala sobre seus 50 anos de carreira

Ator revelou histórias valiosas sobre sua trajetória na tevê, no teatro e no cinema

Especial para o Correio
postado em 13/10/2014 07:09
[VIDEO1]
É uma unanimidade dizer que Tony Ramos sempre foi um grande ator. Para o público, é homem que se inventa em diversos e inúmeros personagens a que deu vida. A vontade de seguir pelo mundo da dramaturgia surgiu ao assistir no cinema a outro importante ícone, Oscarito. Nas matinês de domingo, imaginou um dia também ser projetado na tela. Antônio de Carvalho Barbosa é do Paraná, mas viveu a juventude em São Paulo. Foi criado pela mãe e pela avó., pessoas que apontam como essenciais para sua formação. Deram a base para começar a encenar com apenas 16 anos. A convicção de estar no caminho certo nunca o abandonou. ;A dramaturgia serve para discutir a alma humana;, reflete. Ao longo dos 50 anos de profissão, com quase 200 personagens, conquistou o respeito de todos que lhe assistem.



Você tinha 16 anos quando estreou a primeira novela. Era muito jovem. Quais eram os seus sonhos naquela época?

De ser um ator reconhecido e não deixar de estudar. Tinha a consciência disso. Ouvia muito os meus colegas da época dizer que ator burro não dava. Era uma brincadeira que se fazia. Continuei estudando, apesar de trabalhar o dia inteiro. Tinha uma perseverança mesmo sabendo que era uma carreira muito difícil.

Comemorar 50 anos de carreira assusta ou ajuda a traçar outros anos também de sucesso?
Não. Me assusta não encontrar macarrão três vezes por semana em minha casa (risos). Comemorar 50 anos não me assusta. Isso é motivo de alegria. É uma permissão de Deus estar caminhando e ainda receber convites para trabalho depois de tanto tempo e com a idade que estou. No Brasil se leiloam as pessoas com mais de 40 anos. O que quero dizer com leiloar? Homens e mulheres chegam a essa idade e encontram dificuldade para conseguir trabalho. Sou grato por estar com 66 anos e ainda trabalhar.

[SAIBAMAIS]Existe algum trabalho que ao assistir não gostou do resultado? Você é autocrítico?
Não. Já minha autocrítica é horrorosa. Não consigo assistir com ninguém além da minha mulher. Quando tem festa do primeiro capítulo e vamos todos assistir juntos, para mim é uma loucura. Não consigo assistir direito. Sou muito exarcebado na crítica pessoal. Sou um homem que tenta lidar bem com a vaidade. A minha autocrítica me ajuda, me coloca no lugar que sempre quis estar: com os pés no chão.

Acredita que essa curiosidade pela vida pessoal é uma das mazelas da profissão?
Hoje, anda tudo muito banal. Um ator mordendo uma empada é notícia. Escrevem que os atores são iguais às pessoas normais. Claro que são como todo mundo! Têm unha encravada, dor de dente, alegria, sofrimentos. É como qualquer ser humano. Banalizou-se isso. Estou vacinado já. Não tenho Facebook nem Twitter. Não sigo ninguém. Uso o computador da maneira mais racional e lógica. Mas não acredito que essa curiosidade seja um problema. Acredito que as dificuldades são as mesmas de quando comecei. É preciso ter perseverança e determinação. Saber que o sucesso é irmão do fracasso. Sempre digo ao jovem ator que, se ele estiver atrás do sucesso imediato e definitivo, para mudar de profissão. Mas, se quiser desenvolver a sua alma, o corpo e o intelecto a serviço de personagens inquietantes na carreira, prossiga. Não acredite no tapinha nas costas e em prêmios. Não é isso que tem que te motivar, mas sim o respeito de quem te assiste.


A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação