Diversão e Arte

Cantor China mostra versatilidade em novo disco

Lançamento tem referências que vão de Roberto Carlos a Iggy Pop

postado em 17/12/2014 08:07

O cantor pernambucano lança o terceiro disco, TelemáticaHá alguns anos, o cantor China passou pela capital federal para fazer um show com o Del Rey, grupo com integrantes da banda Mombojó que toca sucessos do Rei Roberto Carlos. A apresentação acabou na alta madrugada, mas, mesmo assim, ele despertou cedo. ;Ao andar pelo jardim do hotel, olhei para cima e fiquei fascinado. O céu de Brasília é incrível. Como músico, acabo rodando o país inteiro e nunca vi um como o de vocês;, conta China. ;Ao mesmo tempo, me veio à cabeça a questão política da cidade.;

Entre admirações e reflexões, nasceu a música O céu de Brasília, uma das 13 faixas do novo disco do artista pernambucano, Telemática. Além de homenagear a cidade, o álbum faz uma referência à prata da casa, a big band Móveis Coloniais de Acaju. ;Quando cito ;metaleiro em brasa; é um tributo aos integrantes;, revela o músico.

[VIDEO1]Depois dos CDs Moto contínuo (2011) e Simulacro (2007), e do EP Um só (2004), China comprova a versatilidade musical em Telemática. Com referências amplas ; de Roberto Carlos a Iggy Pop, passando pelo filósofo tcheco Vilém Flusser;, o projeto nasceu como um disco-conceito, analisando a relação do homem moderno com as máquinas. Porém, a pegada pop do trabalho falou mais alto. O uso da percussão e a influência das batidas do manguebeat convidam o público a dançar e fazem do álbum um dos mais animados do artista.

Quatro perguntas//China

Como nasceu a música Arquitetura de vertigem?
Ela é 2010. Eu morava em Recife nessa época e comecei a perceber que a cidades estava crescendo num ritmo absurdo. E escrevi sobre isso. Com a história do Ocupe Estelita a música ganhou muito mais força. Achei que era um jeito de participar e ajudar o movimento. Otto Lara Resende entrou na música de um jeito muito engraçado. Estava na internet pesquisando sobre a especulação imobiliária no Rio de Janeiro, nos anos 1940. Aí encontrei uma matéria com ele, em que fala sobre o crescimento das cidades nos anos 1970. E é tão atual! Aí resolvi pegar esse trecho e colocar no disco.

Como você avalia o movimento Ocupe Estelita?
Independentemente de morar em São Paulo, sou pernambucano pretendo morar em Recife em algum momento. E ver o povo se mobilizando para melhorar essa cidade, isso é sensacional. E me lembra muito o início do manguebeat, o orgulho de ser pernambucano e querer guiar os rumos que a sua cidade toma e qual caminho melhor se cria. Quando o povo quer, faz. O Ocupe Estelita acabou reverberando para o Brasil inteiro, porque o país todo sofre com o crescimento desordenado das cidades. É uma mobilização do povo, apartidária e um caminho muito saudável.

[SAIBAMAIS]Como o clipe da música Arquitetura de vertigem chegou ao Festival Internacional de Videoclipes de Paris?
Não faço a menor ideia (risos). Imagino que tenha sido por meio dos caras que dirigiram o clipe, Pedro Escobar e Pedro Vitor. Eles fizeram imagens quando fui conhecer a ocupação (Ocupe Estelita). Depois de mostrar a música, sugeriram montar o clipe. Ele foi todo colaborativo. Há também imagens de pessoas que estavam na ocupação. A montagem ficoi muito legal. Todo mundo que assistiu se emocionou. A gente acabou de ganhar o prêmio júri popular em Recife, no FestCine ; Festival de Curtas de Pernambuco. As pessoas se viram ali.

Quais são os projetos para 2015?
O show de lançamento do Telemática aconteceu semana passada, em São Paulo. Vou para Recife durante o carnaval e, a partir de março, rodo o Brasil inteiro. Tirando as coisas que faço na tevê e no rádio. O disco foi gravado de maneira independente e eve aceitação antes mesmo do show de lançamento. Estou muito feliz com esse trabalho.

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