Diversão e Arte

Roger de Renor comenta carreira e novos nomes da música pernambucana

%u201CA função política da música é ser a voz do artista onde a informação e a dor da cidade é censurada%u201D, destaca

postado em 03/05/2015 08:02
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São 51 anos e mais de três décadas dedicadas às artes. A história de Roger de Renor se confunde com a trajetória da cultura de Pernambuco. Ele já trabalhou em gravadora, sendo responsável pela divulgações de artistas do catálogo; foi dançarino do balé popular do Recife e dono do bar Soparia, um dos principais redutos do movimento manguebeat. Lá, se reuniam os integrantes das bandas Mundo Livre S/A e Chico Science & Nação Zumbi, entre outros. Ao Correio, Roger falou sobre a carreira e os novos nomes da música pernambucana e fez reflexões sobre o cenário atual da cultura brasileira. ;A função política da música é ser a voz do artista onde a informação e a dor da cidade é censurada;, destaca.


[SAIBAMAIS]Há quanto tempo você trabalha com cultura?
Eu nunca trabalhei, não (risos). Digo isso porque faço com prazer. Sempre estive envolvido com música e cultura. Atuei no teatro e fui divulgador de rádio, representante de gravadora e dançarino do balé popular do Recife. Também criei um bar, o Soparia, que se transformou num espaço cultural. Tinha música, teatro e poesia todos os dias da semana.

A projeção nacional veio com o Som na Rural. Como nasceu o projeto?
Em Recife, existe a TV Viva. Em dos parceiros dessa tevê comunitária havia uma rural (carro, da marca Ford), porém não tinha como mantê-la. Percebemos que aquele modelo de veículo estava na trajetória de várias pessoas e decidimos fazer um programa para que o público contasse histórias relacionadas à rural. Fomos aceitos no edital de uma televisão pública e rodamos Pernambuco, Paraíba e Ceará. A gente batia um papo dentro do carro e, ao redor, as bandas se apresentavam.

Na televisão, o projeto acabou na segunda temporada. Depois de algum tempo parados, vocês voltaram;
Queríamos fazer algo sem precisar da tevê. Deixamos de ser um programa de rua, a que as pessoas assistiam, para ser um evento em que o público participe, sem se preocupar com as gravações. Hoje, o som da rua faz parte do nosso projeto que, ocasionalmente, pode ser filmado também.

Como funciona o Som na Rural?

Vamos para a rua e apresento as bandas. Quem quer declama poesias. O nosso propósito é ocupar a rua, um espaço que, normalmente, não tem mais esse tipo de função e tornou-se uma opção desaconselhável. Muita gente acredita que está protegida assistindo a um show num lugar fechado, no frontstage ou nos camarotes. É mentira! Seguro é estar na rua, com a multidão cantando e dançando. Quem oferece segurança nas ruas são as pessoas. Usamos a música como plataforma para reocupação desses espaços com cultura.

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