Diversão e Arte

Amina Yahya se destaca pela luta de emancipação das mulheres

Ela é a primeira rapper mulher do Iêmen, país mergulhado em crise política e civil

postado em 14/06/2015 07:30
Ela é a primeira rapper mulher do Iêmen, país mergulhado em crise política e civil
Amina Yahya, de 22 anos, apareceu para o mundo como a primeira rapper mulher do Iêmen, país que compõe a Península Arábica e que, desde 2011, mergulhou em profunda crise política e civil, assolado por uma onda de protestos contra a pobreza, o desemprego e a corrupção. Cenário desfavorável, ao mesmo tempo que provocador, para o surgimento de vozes de protesto. Além das questões levantadas, é um país no qual as mulheres são relegadas a papéis marginalizados e secundários, o que tornaria ainda mais improvável o surgimento da jovem rapper.

Em entrevista à BBC, Amina relata as dificuldades de se tornar artista sob tais circunstâncias. ;Ser uma rapper mulher no Iêmen não é fácil, especialmente porque é um país dominado por homens. Eles não aceitam que mulheres possam fazer algo, então é difícil encontrar um lugar para se apresentar, ou que nos dê apoio. Ela (a mulher) não deve apenas ficar em casa cozinhando ou criando os filhos. Uma mulher pode ser o que ela quiser, uma cantora, uma artista ou o que desejar.;

Com letras em inglês, a cantora decidiu usar o rap como uma arma e para enfrentar questões intimamente ligadas à sociedade machista na qual cresceu. Em uma de suas faixas, Amina canta sobre uma menina que, ainda aos 11 anos de idade, foi forçada a se casar com um homem mais velho e teve os sonhos roubados. Entre diversos temas, como relações abusivas, violência doméstica e assédio, mais mulheres têm encontrado no rap e no hip-hop meios alternativos para combater as desigualdades sociais.

Para a MC Bárbara Sweet, apesar do crescimento do número de mulheres no meio, ainda é preciso batalhar por mais. ;O rap feminino vem crescendo, com mais mulheres trabalhando em todos os setores. Apesar disso, o espaço ainda é bem menor (que o masculino) e o incentivo é pequeno.; Visão semelhante tem Karina, mais conhecida por MC Kaká, que defende a quebra do rap como um espaço tipicamente masculino. ;A maioria das pessoas ainda acredita ser um meio de expressão dos homens, mas hoje temos mulheres que lutam e busca seus espaços, tomando a frente de projetos e entrando de cabeça para quebrar esse paradigma;, explica.
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