Diversão e Arte

Jonas Sá fala sobre o novo álbum BLAM! BLAM, o segundo da carreira

Decidido a trabalhar com colagem musical, utilizando samples da música brasileira, Jonas foi reunindo ideias ao longo de um ano e as armazenando no próprio celular

postado em 06/07/2015 14:40

Decidido a trabalhar com colagem musical, utilizando samples da música brasileira, Jonas foi reunindo ideias ao longo de um ano e as armazenando no próprio celular

BLAM! BLAM! é o mais novo disco de Jonas Sá, cantor, produtor e compositor carioca, lançado pelo selo Coqueiro Verde. Decidido a trabalhar com colagem musical, utilizando samples da música brasileira, Jonas foi reunindo ideias ao longo de um ano e as armazenando no próprio celular, até chegar em um álbum de arranjos e texturas musicais complexos. ;No fim das contas, o único sample que sobreviveu foi uma virada dos Novos Baianos na introdução da música Perdidos na noite;, conta, entre risos. O artista ressalta que a ideia sempre foi fazer um disco de colagem e que tratasse de sexo, mas, durante o ;fragmentado processo de concepção;, mergulhou em um submundo e em violência.


Apesar de o nome de Jonas Sá parecer novidade para alguns, o artista já acumula boa bagagem em composições, produções e participações ao lado de outros nomes da música brasileira. Abriu show de Lenine na Fundição Progresso (RJ), participou do disco Cê, de Caetano Veloso, cantando a faixa O herói; assina uma das músicas do novo disco de Gal Costa, além de ser citado e elogiado por nomes como Arnaldo Antunes e Frejat. A música parece respirar no nome da família, sendo Pedro, irmão de Jonas, guitarrista conhecido por imprimir a própria sonoridade nos discos de Caetano. O álbum foi gravado no estúdio de Dado Villa-Lobos, que cedeu o espaço a Jonas sem cobrar nada em troca.


O álbum é o segundo da carreira de Jonas Sá, que estreou com Anormal em 2007 ; além de ter um EP chamado Beautiful freak!, lançado em 2003 e gravado no próprio quarto. Quando questionado sobre a evolução ao longo dos anos, Jonas afirma estar se desenvolvendo e que se sente à vontade com a própria liberdade de criação. ;Acho que o que desenvolvi mesmo foi meu caráter artístico, meu canto. O BLAM! BLAM! foi quase como meu primeiro disco de novo. Espero continuar a fazer coisas novas;, explica. A respeito da própria voz, Jonas se mostra versátil ao alternar faixas em tons graves e experimentar falsetes em outras.

Capa polêmica

Assim como a concepção de um álbum fragmentado, utilizando uma estética de colagens, o processo de gravação, mixagem, masterização e lançamento do disco também foi em partes, indo de 2012 a 2015. Começando de trás para frente, um dos grandes entraves para o lançamento do disco foi a ;polêmica; capa, barrada por diversas vezes antes de ser aprovada. ;Foi um falso puritanismo. As empresas questionavam se era um trabalho pornográfico, diziam ser desrespeitoso, demoravam a me responder. Não queriam correr o risco de publicar minha capa e perder artistas gospel, que conseguem vendem milhões;, afirma.


O artista conta que chegaram a sugerir que ele fizesse uma alteração no encarte do disco. ;Fiquei aterrorizado e revoltado com isso;, afirma. Após tantos obstáculos até que o álbum fosse lançado, a fala tranquila de Jonas dá o tom de alguém que já superou os entraves enfrentados pelo novo trabalho: ;O disco já está em todas as plataformas para as pessoas ouvirem, agora falta fazer shows.;

Decidido a trabalhar com colagem musical, utilizando samples da música brasileira, Jonas foi reunindo ideias ao longo de um ano e as armazenando no próprio celular Trechos de música

; ;Filho pequeno jogando videogame ao lado/ Sua mãe lambendo meu corpo suado/
E a magia começou;
(8 bit)

; ;A cor do sangue fosforescente/ Manchando o lenço/ Que te dei de presente;
(Perdidos na noite)

BLAM! BLAM!
Coqueiro Verde. R$ 24,90.
Disponível também nas
principais plataformas
de streaming.


Com informações de Mateus Vidigal

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