Diversão e Arte

Nirton Venancio filma dois documentários sobre a cultura do Ceará

Cineasta radicado em Brasília filma dois documentários em que destaca a importância da obra de nomes como Ednardo, Belchior, Fagner e Amelinha dentro da MPB

postado em 07/07/2015 07:34

O cantor e compositor Ednardo é um dos principais destaques do movimento conhecido como Pessoal do Ceará

A canção Terral, do cantor e compositor Ednardo, lançada no começo dos anos 1970, tornou-se uma espécie de hino da turma que ficou conhecida como Pessoal do Ceará. ;Eu tenho a mão que aperreia/Eu tenho o sol e areia/Eu sou da América;, diz a letra. Mais do que revelar para o Brasil nomes como o de Amelinha e o do próprio Ednardo, além de esbarrar em outros cearenses ilustres, como Fagner e Belchior, o movimento reverberou no coração de cada nordestino espalhado pelo país, que por meio daquelas músicas se sentiram um pouco mais perto de casa.

O cineasta Nirton Venancio, também cearense, conviveu com a intelectualidade musical de seu estado natal nas décadas de 1970 e 1980 ; mais precisamente nos arredores do Bar Estoril, em Fortaleza. Era ali que cantores, escritores e jornalistas se encontravam para debater os rumos do país, em um período de resistência à ditadura militar. O apreço de Nirton por um dos momentos mais especiais da cena cultural do local despertou nele a vontade de contar parte dessa história em filme. Há mais de um ano, ele tem conversado com os principais artistas da época para realizar os documentários Pessoal do Ceará ; Lado A (sobre o momento de maior prestígio do movimento, entre 1964 e 1980) e Pessoal do Ceará ; Lado B, sobre as gerações seguintes. Os filmes, rodados simultaneamente, devem estar prontos até o fim deste ano.

;Eu assistia a todos os shows em Fortaleza. Acompanhava os novos nomes da música cearense que estavam se projetando nacionalmente. Guardava recortes de jornais, revistas, programas de shows, comprava os discos, lia os encartes. Fiquei amigo de Ednardo, Belchior. Meu interesse surgiu em procurar entender o que foi o Pessoal do Ceará. Um movimento? Um rótulo? Uma estética musical? Um disco?;, comenta ele, referindo-se ao álbum que a Continental lançou em 1973, em que Ednardo dividia os créditos com os conterrâneos Rodger e Teti.

[SAIBAMAIS]Por que alguns nomes da música cearense, que se projetaram no cenário brasileiro, não concordam com o rótulo Pessoal do Ceará e outros concordam? Qual a influência da música deles (Fagner, Ednardo e Belchior) nas gerações seguintes da música cearense? Essas perguntas permeiam o interesse do diretor em reconstruir essa história. ;O projeto do filme cobre 50 anos de música cearense, de 1964 a 2014. São mais de 200 entrevistados, entre compositores, cantores, produtores, jornalistas, técnicos, intelectuais, todos que tiverem alguma ligação sobre o que se chamou Pessoal do Ceará. Para contemplar esse número expressivo de entrevistáveis, ampliei o projeto do filme em dois longas-metragens.;

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