Diversão e Arte

Livros mostram como duplas sertanejas se afirmaram no mainstream

O recém-lançado Cowboys do asfalto %u2014 Música brasileira e modernização brasileira narra a aproximação do estilo com outros gêneros e a influência da política sobre a música

postado em 02/08/2015 07:20
Leandro & Leonardo: participação na

Poucas pessoas hão de discordar que o sertanejo é o estilo musical que mais representa o Brasil nas últimas décadas. Para o bem ou para o mal, gostando ou não, é impossível negar a influência de seus artistas e da sonoridade marcante sobre o público e os meios de comunicação. Para entender como tal fenômeno cultural atingiu o patamar no qual está hoje, o historiador Gustavo Alonso debruçou-se sobre o gênero e suas transformações diante da história do país no último século.

O resultado está no recém-lançado Cowboys do asfalto ; Música brasileira e modernização brasileira, livro que vem sendo pesquisado desde 2007, quando o autor iniciou o doutorado em história na Universidade Federal Fluminense (UFF) e o subgênero que ficou conhecido como sertanejo universitário bombava em rádios, festas e programas de tevê. O momento, segundo Alonso, lembrou-o a virada dos anos 1980 para 1990, quando houve uma espécie de nacionalização da música de Zezé Di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo e companhia.

[SAIBAMAIS]

O que era até então uma manifestação predominantemente regional adentrou o mainstream pela porta da frente, para não sair mais. E o tal sertanejo universitário dos anos 2000 seria, então, uma evolução dessa história. ;O sertanejo universitário surge na internet, não nas gravadoras, e vai incomodar não só os ouvidos mais sensíveis, mas até gente como Zezé Di Camargo, que chamou, em 2011, o gênero de ;mentira marketeira;. Depois ele gravou com nomes como Gusttavo Lima e Paula Fernandes;, conta o autor. ;Houve uma suavização das críticas, gradualmente, até chegar ao ponto de um Renato Teixeira, por exemplo, cantar com a dupla Victor e Léo.;

Ao longo de Cowboys do asfalto, Alonso narra a aproximação do estilo com outros gêneros ditos mais sofisticados e a influência da política sobre a música. É emblemático, neste contexto, o fato de Caetano Veloso ter produzido, com grande êxito, a trilha sonora do filme 2 filhos de Francisco, sobre a vida dos irmãos Zezé di Camargo & Luciano, e ter Maria Bethânia interpretando o maior sucesso deles, É o amor.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação