Diversão e Arte

Cineastas brasileiros fazem parceria com profissionais de outros países

O cineasta Bruno Torres foi até a fronteira com a Venezuela filmar 'A espera de Liz'

Ricardo Daehn, Renata Rios
postado em 29/09/2015 07:34

Cena do filme À espera de Liz, dirigido por Bruno Torres, rodado na Venezuela e na Serra Gaúcha

Do caribe venezuelano até a fronteira com o Brasil, recentemente, o diretor candango Bruno Torres filmou o longa A espera de Liz. ;Gravamos lá e na Serra Gaúcha. Não tivemos ajuda financeira da Venezuela, que tem menos recursos do que o Brasil. Não veio nem patrocínio nem apoio de lá, mas tivemos estagiários venezuelanos;, comenta. A realidade de uma coprodução ; em que países interagem a favor de um determinado produto ; bem poderia ter alcançado A espera de Liz. ;É muito importante ter um investimento de outros países num filme. Eu, por exemplo, vou conversar com dois coprodutores, um do Chile e outro da Argentina. Vou concentrar na negociação de distribuição: com acordos, há chances de aumento na distribuição;, explica o diretor, estreante em longa-metragem.

;Sem o recurso da coprodução, há restrição na maior circulação de filmes nacionais, já que os mercados, mesmo os externos, costumam consumir seus próprios filmes nacionais, além das fitas americanas;, observa o também estreante em longas Marcus Ligocki. O diretor, recentemente, mediu no 48; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro um debate prestigiado e que expunha desafios da modalidade de coprodução. ;Foi muito positivo. Esse ano o fórum de cooperação trouxe quatro produtores de perfis diferentes, com ampla disposição para troca pública de informações;, diz Ligocki.

Pelo que ele percebe, cada filme deve ser estruturado, já avaliando expectativas e potenciais atrelados à possível coprodução. ;Para a chegada na visibilidade ofertada por mercados ligados à coprodução, há processos complexos, com acordos que demandam sintonia em vários pontos. Mas, quando funciona, há muitas vantagens;, analisa Ligocki. Além dos atrativos financeiros para produções nacionais, coproduções estimulam intercâmbio de talentos. ;O sucesso de filmes nacionais intensifica o fluxo de coproduções, e exposições em festivais otimizam o diálogo;, reforça.

[SAIBAMAIS]Foi precisamente no 48; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro que a coprodução demarcou terreno na mostra competitiva. Produzido pela gaúcha Mônica Schmeidt, Prova de coragem, feito em parceria com o Uruguai, deu continuidade à experiência anterior de Schmeidt, com Extremo Sul (que na verdade conjugou interesses de Brasil e Chile). ;No Prova de coragem, por acordos, fiquei isenta de sobretaxa, ao contratar técnicos estangeiros: foi mais vantajoso trazê-los de Montevidéu do que do eixo Rio-São Paulo. Mas a coprodução ainda é um sistema produtivo que precisa de mais prática para atingir aprimoramento;, explica a produtora que, com Extremo Sul, obteve braço de distribuição argentino.

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