Diversão e Arte

Antologia idealizada por brasilienses publica zines de mais de 20 artistas

O projeto ajuda a fomentar a cena de quadrinhos

postado em 07/10/2015 07:32
O projeto ajuda a fomentar a cena de quadrinhosCento e cinquenta páginas, 27 artistas, três editores, muitos quadrinhos e uma meta: fazer arte fora do grande mercado editorial. Essa é a Antologia MÊS, projeto que busca, por meio do financiamento coletivo, colocar no papel o trabalho de desenhistas independentes de todo o Brasil.

Em 2013, os amigos Augusto Botelho e Daniel Lopes começaram a publicar suas histórias em formato de zine. As primeiras edições da MÊS foram feitas em uma copiadora da Universidade de Brasília (UnB), onde os dois cursavam artes plásticas. ;Ao longo do primeiro ano, publicamos 35 autores. No fim de 2013, lançamos uma caixinha com todas as edições da Zine, usando o Catarse;, conta Botelho ao Correio.

Neil Gaiman, Hugo Pratt, Gabi Motta (conhecida como Love Love 6) e Masashi Tanaka são alguns dos artistas que influenciaram os editores da MÊS. Antônio Silva, que passou a integrar o corpo editorial em 2014, também não descarta os quadrinhos de super-heróis que fizeram parte da sua infância e adolescência como influência.

;Todo mundo desenha quando é pequeno. Na pré-adolescência, deixei de lado os desenhos e comecei a pensar em uma carreira que pudesse me dar mais grana. Mas acabei me interessando por arte pixelada no ensino médio e decidi que queria fazer Artes plásticas;, relata Silva.
A cena independente de quadrinhos no Brasil está em alta. Eventos como a Feira Plana, do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, e o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), que ocorre a cada dois anos em Belo Horizonte, se tornaram vitrine para artistas independentes de todo o país.

Essa edição da MÊS contará com mais desenhistas mulheres do que homens. Sete artistas do coletivo Girl Bang terão suas histórias publicadas. Também contribuíram para a Antologia Bruna Morgan (Universo em bolha de tinta), Laura Athayde (Boobie Trap) e Aline Lemos (Desalineada).

Segundo os organizadores, a MÊS não quer ;chocar por chocar;, mas abrir espaço para histórias experimentais que não teriam vez no mercado editorial brasileiro. ;Lá fora é possível se fazer bem mais, aqui ainda falte incentivo a formas diferentes de se contar histórias;, afirma Botelho. ;Com o financiamento coletivo isso está começando a mudar.;

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