Diversão e Arte

Samba feminino: Roberta Sá, Aline Calixto e Virgínia Rosa lançam álbuns

A força de mulheres é celebrada em discos de samba, como 'Delírio', no qual a cantora Roberta Sá fala também de amor e de ternura

Rebeca Oliveira
postado em 13/10/2015 07:30
Em seu novo disco, Roberta Sá canta ao lado de mestres como Chico Buarque e Martinho da Vila, além de Xande de Pilares
Chegam às prateleiras diversos discos de samba com o misto de força e delicadeza de intérpretes mulheres. Um deles é o sexto álbum de Roberta Sá, Delírio. Das 11 faixas, oito são inéditas, entre elas composições de Adriana Calcanhotto (Me erra), Tom e Moreno Veloso (Um só lugar e Meu novo Ilê, respectivamente), além das participações de Chico Buarque (Se for pra mentir), Martinho da Vila (Amanhã é sábado) e Xande de Pilares (Boca em boca). A produção é de Rodrigo Campello.

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[SAIBAMAIS]O nome do disco faz menção à faixa homônima escrita por Rafael Rocha, vocalista da banda Tono. É uma letra que entrega o contexto do CD: amores latentes. ;Delírio fala de amores e paixões desesperadas, o que é, literalmente, um delírio nos dias de hoje;, conta a cantora em entrevista ao Correio. Apague da cabeça a imagem de mulheres apaixonadas em posições de submissão. Roberta Sá se adequou ao novo discurso feminino.

;Ela (a mulher) delira pelo amor. No entanto, é pelo sentimento, não pelo objeto amado. É consciente do próprio delírio;, explica. ;Eu sou essa mulher. Forte, decidida, mas sem uma postura de enfrentamento. Chego em casa e quero colo, carinho. A gente não pode perder a ternura;, define Roberta.

Nascida em Natal (RN), Roberta Sá mudou-se para o Rio de Janeiro aos 9 anos. Na terra do samba, o caminho musical seguido pela morena de sorriso cativante não poderia ser outro. ;O samba está no meu DNA. Entretanto, acho que Delírio não traz o gênero em sua forma tradicional, embora tenha clássicos como Não posso esconder o que o amor me faz. Essa parceria de Cézar Mendes e José Carlos Capinam poderia ter sido gravada por Clara Nunes;, acredita. As ramificações do gênero aparecem em Me erra, presente de Adriana Calcanhotto. ;É um samba que tem uma pegada meio cabo-verdiana, uma coisa morna que acho bacana;, diz a intérprete.

Delírio

Novo disco de Roberta Sá. Som Livre, 11 faixas. Preço médio: R$ 24.

Outros lançamentos


Carioca de criação mineira, Aline Calixto lança o terceiro álbum e tem como novidade o exercício da veia como compositora, algo que ainda não havia explorado. É dela a autoria da faixa-título do álbum que, nas letras, evoca a mesma mulher forte e decidida de Delírio, de Roberta Sá. ;Eu vou pra batucada / Eu vou de coração / Eu vou de madrugada / Eu vou com você ou não;. Curiosamente, Calixto também faz uma releitura de Clara Nunes em Conto de areia, em inusitada parceria com Emicida.

Meu ziriguidum

De Aline Calixto. Independente, 11 faixas. Preço médio: US$ 7,99 no iTunes.

O samba multifacetado de Clara Nunes ganha novas nuances na voz de Virgínia Rosa. O vocal potente é uma herança que Rosa carrega desde quando trabalhava ;às escondidas;, como backing vocal de artistas como Tetê Espíndola e Itamar Assumpção. O quinto disco da intérprete celebração de duas gigantes da música brasileira: uma que marcou a história da música popular, e outra, ela mesma, Virgínia, cantora com potencial para fazê-lo. Arranjos contemporâneos a assemelham àas colegas Roberta Sá e Aline Calixto, dando um novo fôlego a sambas clássicos já conhecidos do público.

Virgínia Rosa Canta Clara
De Virgínia Rosa. Selo Sesc, 14 faixas. Preço médio: R$ 16.

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