Diversão e Arte

Artista plástica produz e vende postais com pontos obscuros de Brasília

Malu Engel rompe com o formalismo e apresenta peculiaridades da capital em projeto

postado em 26/10/2015 09:06

Malu Engel rompe com o formalismo e apresenta peculiaridades da capital em projeto

Se você for a qualquer bar da 408 Norte, em uma quinta-feira, Malu Engel estará lá para colorir a sua noite. A jovem de cabelos vermelhos e vestidos da década de 1960 é uma artista brasiliense que usa a própria cidade como inspiração para coleção de cartões-postais que produz. Das tesourinhas e dos ipês até os engarrafamentos nas vias de Brasília, a artista retrata de maneira espontânea e visceral o cotidiano da capital.

Minhocão da UnB sob o olhar da artista plástica formada na UnB
A coleção começou há dois anos, com formas abstratas e coloridas, mas foi no último aniversário da capital que Malu decidiu adotar um traço mais figurativo, aproximando sua arte do público. Nos postais oferecidos por ela a preço módicos, é possível o leitor encontrar a quadra onde mora, o prédio ou até mesmo a passagem subterrânea de todo dia.

;Comecei a fazer cartões-postais que vão além dos pontos conhecidos da capital. Quis buscar as coisas que são características da cidade e que dialogam com o brasiliense. Mas não quero ficar restrita ao Plano, pretendo expandir meu trabalho para as satélites também;, conta a artista ao Correio. Esse processo já começou em Taguatinga, no Núcleo Bandeirante e no Cruzeiro.

Nas peregrinações para a venda dos cartões, Malu carrega a coleção em uma série de porta-retratos antigos, ligados por argolas, que ela veste como cinto, faixa ou colar. ;O que eu uso permite que eu cause uma pequena ruptura na paisagem local, uma espécie de intervenção;, afirma. Os originais dos postais custam R$ 50, a unidade da cópia R$ 10. No entanto, com jeitinho e um pouco de conversa é possível convencê-la a negociar os valores.

A relação direta com o público é o que faz com que ela continue a sair pelas ruas, apesar das dificuldades. O aumento de eventos ao ar livre, que permitem a ampla circulação de pessoas, na opinião de Malu, fará com que o artista brasiliense ganhe cada vez mais visibilidade. ;Apesar dessa tendência, quem faz arte tem que fazer por onde, não pode ficar esperando que ele seja chamado, que seja reconhecido magicamente;, explica ela, fomada na Universidade de Brasília (UnB).
Resistência

Além da produção de postais, Malu cria telas em grande escala. Ela chegou a fazer exposições em galerias de Brasília, mas ela reconhece que o circuito de arte ainda é muito fechado. A ideia de ganhar as ruas surgiu de uma necessidade de se libertar da dependência de editais governamentais e do aval de grandes galerias.

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