Diversão e Arte

Diário de Hitler é reeditado no livro 'Minha luta'

Obra terá mil páginas, contra as 650 do manifesto original

postado em 19/01/2016 07:30

O diário de Hitler será republicado no Brasil, depois que a obra entrou em domínio público

O livro Mein kampf (Minha luta), escrito por Adolf Hitler em 1926, com o objetivo de expressar ideias antissemitas, radicalistas e impor o que viria com o partido nazista, será reeditado no Brasil. O título original da obra era Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e covardia, porém Max Amann, encarregado de publicações na Alemanha nazista, achou melhor encurtá-lo para tornar a obra "mais popular". Hitler teria desapontado editores ao fazer acreditar que o livro seria um relato autobiográfico, sendo que, na verdade, o conteúdo se restringia às ideias de conspirações globais contra judeus e pensamentos nacionalistas- militaristas do ditador.

Mein Kampf se tornou best-seller na Alemanha na década de 1930, depois que Hitler assumiu o cargo de chanceler, vendendo 12 milhões de exemplares durante a Segunda Guerra Mundial. Foi traduzido em 18 idiomas. Somente no fim da conflagração, o livro foi proibido na Alemanha. Quando o Exército americano assumiu o controle da editora nazista Eher Verlag, os direitos autorais de Mein kampf passaram para as autoridades da Baviera. Elas garantiram que a obra só fosse reimpressa na Alemanha sob circunstâncias especiais.

A expiração dos direitos autorais em dezembro de 2015 deu início a um debate acirrado sobre sua publicação, pois Minha luta entrou em domínio público. Mesmo tentando publicar uma edição comentada, com explicações do contexto histórico, líderes da comunidade judaica alemã disseram que a obra deve permanecer banida.

[SAIBAMAIS]Em meio às polêmicas e a discussão sobre liberdade de expressão, o mercado editorial brasileiro anunciou a publicação da "bíblia nazista". As editoras Geração Editorial e Centauro decidiram comprar a briga e reeditar a obra. Segundo o editor do Grupo Geração Editorial Luiz Fernando Emediato, a nova edição será comentada e trará na íntegra o texto traduzido diretamente do alemão. "Livros ;sagrados; como o Alcorão e a Bíblia, são interpretados literalmente, em alguns trechos estimulam morticínios, execuções, apedrejamento e decapitações. Nem por isso devem ser proibidos. Porém, não devem ser banidos livros malditos como Minha luta, de Hitler: "A publicação é importante para o conhecimento da história e para a crítica dos valores".

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