Diversão e Arte

Começa hoje o 66º Festival Internacional de Cinema de Berlim

O cinema brasileiro só tem um filme concorrendo a um Urso, o curta-metragem 'Das águas que passam'

Rui Martins - Especial para o Correio
postado em 11/02/2016 07:33
O cinema brasileiro só tem um filme concorrendo a um Urso, o curta-metragem 'Das águas que passam'
Berna (Suíça) ; O 66; Festival Internacional de Cinema começa praticamente hoje de manhã, quando serão apresentados à imprensa os sete membros do júri da Competição Internacional, presidido pela atriz Meryl Streep. Depois da exibição dos 18 filmes selecionados, Meryl Streep anunciará dia 20, à noite, os premiados com os ursos de Ouro e de Prata. Na abertura, tão logo termine esse contato direto com os jurados, a imprensa terá o privilégio de assistir ao filme ainda inédito dos Irmãos Cohen, Ave Cesar!

A diferença este ano será o clima ostensivo de controle e de segurança na sede da Berlinale, como é chamado o festival, e nos cinemas de Berlim com filmes das diversas mostras. Todos os jornalistas foram alertados para restringirem ao máximo seus objetos de trabalho, caso contrário poderão ter acesso proibido.

Embora a imprensa alemã fale em festival ;morno;, muitos astros e realizadores de prestígio pisarão no tapete vermelho, como George Cloney no filme de abertura; Spike Lee, levando seu filme Chi-Raq e promovendo o boicote ao próximo Oscar; o controvertido Gérard Dépardieu numa coprodução franco-belga; Isabelle Huppert, numa coprodução francoalemã; Nicole Kidman, num filme literário com Colin Firth; Michael Moore com seu novo documentário. Em recuperação nos Estados Unidos por conta de uma pneumonia, o diretor deverá se encontrar com a imprensa dia 16, quando também falará do seu apoio a Bernie Sanders, candidato democrata à presidência dos EUA.

Para o diretor do festival, Dieter Kosslick, a questão dos refugiados, que agita a Alemanha, e o 30; aniversário do prêmio Teddy Award, para filmes com temas homossexuais, terão destaque. Ele lembra que o começo do festival, em 1951, ocorreu quando a Europa vivia ainda as consequências da Segunda Guerra e problemas de refugiados. Muitos filmes tratarão das razões das guerras, geradoras dos movimentos de migração. Kosslick quer ;um festival mostrando solidariedade decorrente da chegada de mais de um milhão de imigrantes à Alemanha;. Refugiados sírios e do Oriente Médio terão barracas para venderem especialidades da região ao público do Festival, com o objetivo de se criar um clima de integração.

Neste ano em que o livro de Hitler, Minha luta, caiu no domínio público, a questão do nazismo volta a ser atual e o filme Sós em Berlim, de Vincent Perez, com Brendan Gleeson e Emma Thompson, trata do tema, na competição internacional.

O Brasil no festival
O cinema brasileiro só tem um filme concorrendo a um Urso, é o curta-metragem Das águas que passam, de Diego Zon. Dois filmes estão na mostra Panorama, em que só há o Prêmio do Público, obtido no ano passado por Que horas ela volta, de Anna Muylaert, que retorna a Berlim com Mãe só há uma. O outro filme brasileiro na Panorama é Antes o tempo não acabava, coprodução com a Alemanha, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo. Há também o documentário Curumin, de Marco Prado.

Dois filmes brasileiros estão na mostra Fórum: Muito romântico, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn; e Ruína, de Gabraz Sanna, mais uma instalação de Raphael Grizey, A mina dios vagalumes.

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