Diversão e Arte

Obras de Frida Kahlo ganham exposição na capital federal

Mostra traz a Brasília obras da estrela mexicana e propõe um diálogo com mulheres surrealistas do círculo da artista

Nahima Maciel
postado em 12/04/2016 07:29

O retrato de uma Frida Kahlo feliz e com elementos que representam a vida foi escolhido para abrir a exposição

Dentre as muitas facetas de Frida Kahlo, a de aglutinadora de talentos foi uma das mais notáveis. Em torno dessa mulherzinha combativa, pintora dos autorretratos que fascinam o mundo até hoje e dona de personalidade peculiar se aglutinou uma cena feminista que reuniu as mulheres mais importantes do surrealismo. E as únicas organizadas em grupo. É a história da formação desse núcleo que a curadora Teresa Arcq conta em Frida Kahlo ; conexões entre mulheres surrealistas no México, que inaugura nesta terça (12/4) na Caixa Cultural.

Em 136 obras de 14 artistas, todas emprestadas de coleções públicas e privadas do México e dos Estados Unidos, a exposição narra como esse grupo formado por nomes como Remedios Varo, Maria Izquierdo, Rosa Rolanda, Alice Rahon, Lola Álvarez Bravo, Leonora Carrington, Kati Horna, Jacqueline Lamba e outras, além de Frida, produziu uma obra profundamente conectada com a própria condição feminina em tempos de extremo domínio masculino.

A cena artística do México dos anos 1930 e 1940 era dominada por homens. Os muralistas viviam seu melhor período e decidiam quem iria expor ou não até que Inês Amor, uma moça de família culta e espírito empreendedor, montou uma galeria e começou a expor Frida e suas amigas. "Elas eram amigas e tinham o papel importante de promover as próprias mulheres", explica Teresa. "A cena artística do México naquela época era dominada pelos homens, principalmente os pintores muralistas, que estavam encarregados de remodelar a identidade mexicana após a revolução. As mulheres não tinham permissão para participar.

[SAIBAMAIS]Algumas dessas mulheres, como Maria Izquierdo, Lola Alvarez Bravo e Cordelia Urueta, eram mexicanas, mas boa parte delas, caso de Alice Rahon, Leonora Carrington e Remedios Varo emigraram da Europa para fugir da guerra. Algumas conheceram Frida em Paris, nos anos 1930, quando o surrealista André Breton tomou as rédeas da carreira internacional da artista e resolveu apresentá-la à Europa. Foi ele quem, em 1938, descreveu o México como o país mais surrealista do mundo e colou em Frida o rótulo do movimento. A artista rejeitava a classificação, mas abraçava o grupo.

Serviço
Frida Kahlo ; Conexões entre mulheres surrealistas no México
Abertura nesta terça (12/4), às 19h, para convidados. Visitação até 5 de junho, de terça a domingo, das 9h às 21h, na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul). Entrada franca mediante retirada de senha e agendamento no site frida.ingresse.com

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