Diversão e Arte

Conheça sambistas da capital que tem uma conexão intensa com o Rio

Relação com a cidade maravilhosa transformou a Brasília em um dos centros de cultivo do gênero no país

Irlam Rocha Lima
postado em 03/05/2016 07:30
Durante muito tempo, músicas de nomes consagrados predominavam no repertório de sambistas de Brasília e nas rodas de samba que se espalhavam pelos quatro cantos da cidade. Hoje em dia, a realidade é outra: cantores e grupos têm optado por gravar criações de compositores locais e de interpretá-las nos shows que apresentam.

Os clássicos do mais popular e representativo gênero musical brasileiro, pinçados da obra dos mestres, não foram esquecidos e continuam tendo espaço, mas agora convivem com a produção de autores brasilienses. Esse trabalho, quando ouvido em discos, ou ao vivo ; em bares, casas noturnas e teatros da cidade ; obtém o respaldo do público.

Entre os que têm seu trabalho prestigiado estão desde os veteranos Carlos Elias e Daniel Jr., até novos talentos, como Vinicius de Oliveira, Artur Senna, Breno Alves, Kadu Nascimento e Amilcar Paré, passando por representantes de uma geração intermediária, que inclui Cacá Pereira, Sérgio Magalhães, Fiola Travassos, Cláudio Vagareza, Dinho Braga, Diego Pedigree, Pedro Carielo e Henrique Nepomuceno.

Onze desses criadores que vêm transformando a capital em um importante polo do samba foram ouvidos pelo Correio. Eles falaram sobre o que estão produzindo, as parcerias; contaram quem são seus intérpretes e destacaram o intercâmbio com os companheiros de ofício do Rio de Janeiro ; reconhecidamente a grande matriz do batuque.
Relação com a cidade maravilhosa transformou a Brasília em um dos centros de cultivo do gênero no país
Carlos Elias, 82 anos
Mineiro que foi morar no Rio de Janeiro com a família, ainda criança, durante 14 anos integrou a Ala de Compositores da Portela. É um dos autores do samba-enredo Rugendas ; Viagem pitoresca através do Brasil, que levou a escola de Madureira ao título de campeã do carnaval de 1962. Em Brasília desde a década de 1970, aqui criou o Clube do Samba. ;Tenho sambas gravados por Beth Carvalho (Homenagem a Nelson Cavaquinho), Paulinho da Vila (Carnaval) e cantores e grupos de Brasília, entre eles Célia Rabelo (Imagem do passado), O alegre povo brasileiro (Makley Matos), Estou de bem com a vida (Helena Pinheiro) Uma rosa na janela (Adora Roda) e Pra conhecer o Brasil (Toque de Salto);, conta.

;Estou de bem com a vida/Nada me aborrece/ Acordo bem cedo/ Converso com Deus/ Faço minha prece...;
Estou de bem com a vida, Carlos Elias

Cacá Pereira, 52 anos
Sambista desde a adolescência, esse piauiense criado em Brasília, conta que morou na Invasão do Iapi e Ceilândia e foi publicitário, tendo um trabalho muito elogiado. ;Já venci festivais, tenho parceiros como o poeta Luis Turiba e lancei dois discos, O mundo era o céu (2006) e Mirade (2014);. Entre cantores que gravaram sambas de Cacá, estão Leonel Laterza (Eu vou), Sandra Duailibe (Alma lavada) e Cris Pereira (Clareira).

;Dou glória a Deus por você ter me deixado/ Perder você, me sinto aliviado...
Voltei à razão, Cacá Pereira

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação