Diversão e Arte

Sérgio Toppi lança edição de Sheraz-de no Brasil

O quadrinista italiano, um dos primeiros a experimentar o que viria a se chamar de novela gráfica, é cultuado entre artistas do segmento

Alexandre de Paula
postado em 28/06/2016 07:30
O traço de Sérgio Toppi provoca estranheza: desenho fora da linha industrial
;Sérgio Toppi faz o impossível parecer fácil.; A frase é do cultuado quadrinista americano Frank Miller (autor de clássicos como Batman ; O cavaleiro das trevas) e dá noção da dimensão do italiano Sérgio Toppi, que morreu aos 79 anos, em 2012. Apesar da reverência quase absoluta do meio, Toppi ficou cerca de 40 anos sem ter um novo livro publicado no Brasil. O país, no entanto, acaba de ganhar uma edição para Sharaz-de, uma das obras-primas do italiano.

A estranheza que o quadrinho europeu, muito diferente do americano, pode trazer ao público brasileiro é uma das razões pelas quais Toppi é pouco lembrado em terras brasileiras, acredita o ilustrador e editor Rodrigo Rosa, responsável pela publicação da obra no Brasil. ;Nosso público de quadrinhos está muito acostumado com quadrinho americano, mais industrial. Há grandes clássicos europeus que mal vendem aqui;, aponta Rosa, responsável, por exemplo, pelos desenhos que transformaram Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, em HQ.

Sharaz-De é a obra de estreia da editora Figura, criada por Rosa e pela esposa Ivette Giraldo para publicar apenas livros dedicados à imagem, seja em forma de ilustrações, quadrinhos, fotos ou pinturas. ;Escolhemos Sharaz-de para começar porque o desenho de Toppi é muito impactante; ele tem estilo muito forte, de um nível gráfico esplêndido. Foi pouquíssimo copiado, até pela complexidade do trabalho, e é um autor essencial;, explica Rosa.

Inovador, Toppi foi um dos primeiros, ainda na década de 1960, a experimentar o que viria a se chamar de novela gráfica, com a mistura entre quadrinhos e ilustração para criar a narrativa. ;Ele foi um dos primeiros a romper essa questão do enquadramento, de não utilizar exatamente só quadrinhos. Tem muito de dar importância aos elementos ilustrados, mas também nunca perde a narrativa de vista;, comenta Rosa.


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