Diversão e Arte

Clarinetista Celso Cruz revela fatos marcantes na criação do Clube do Choro

Em 2017, a iniciativa comemora quatro décadas de existência

Irlam Rocha Lima
postado em 24/07/2016 07:34
Tio Nilo, Bide da Flauta, Pernambuco do Pandeiro, Eli do Cavaco e Alencar 7 Cordas: velha guarda reunida
Historicamente, a criação do Clube do Choro de Brasília foi definida nas reuniões que ocorriam no apartamento da flautista Odette Ernest Dias, na 311 Sul, nas tardes de sábado em 1976. A ideia, porém, partiu do clarinetista Celso Cruz, economista carioca que era servidor do Ipea e professor da UnB, e apaixonado pelo estilo musical, tido como a gênese da MPB.

;Eu vim para Brasília em 1970 e logo tomei conhecimento das rodas de choro que ocorriam no apartamento do jornalista Raimundo de Brito, na 105 Sul, e passei a participar;, lembra Celso. ;Entre janeiro de 1973 e janeiro de 1976 morei nos Estados Unidos, onde fiz o mestrado em economia. No retorno à capital, fiquei sabendo da morte do Raimundo e aí decidi retomar as reuniões dos chorões no meu apartamento, no Bloco B da 311 Sul;, acrescenta.

Desses encontros em que clássicos e chorinhos menos conhecidos eram ouvidos, tomavam parte experientes e talentosos instrumentistas como Odette Ernest Dias, Avena de Castro, Bide da Flauta, Tio Nilo, Eli do Cavaco, Pernambuco do Pandeiro, Hamilton Costa, Alencar 7 Cordas, Nivaldo da Flauta, Carlinhos 7 Cordas, Valério Xavier, Capitão Edgardo, Valdeci e Vasconcelos, entre outros. ;Organizei umas três rodas, mas aí a Odette, com o seu conhecido entusiasmo, sugeriu que nos reuníssemos em seu apartamento, na mesma quadra e num prédio próximo ao meu. Fomos todos para lá;, recorda-se Celso.

À época, ele fez contato com o musicólogo Mozart Araújo, que estava à frente do recém-inaugurado Clube do Choro do Rio de Janeiro, e com Paulinho da Viola, um dos entusiastas da iniciativa, e os consultou sobre a possibilidade de abrir uma filial em Brasília. ;O Mozart, então, me explicou que poderia haver uma instituição semelhante na cidade, sem vínculo com o do Rio;, conta.

Segundo Celso, as rodas de choro no apartamento de Odette costumavam reunir algo em torno de 20 músicos (parte deles uma saudosa lembrança), além de amigos e apreciadores do gênero. Por conta disso, já em 1976, começaram a ser promovidos shows em locais como o Teatro Galpão e o Auditório da Escola Parque, na 308 Sul. ;Eram espaços administrados pela Fundação Cultural do Distrito Federal. A Odette fez contato com Paulo Galante, diretor da Fundação, e obteve a autorização para a realização de shows, no Galpão e na Escola Parque;, relata.

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