Instrumentistas femininas são protagonistas na cena do choro em Brasília. Coincidentemente, a grande maioria é de flautistas, que têm Odette Ernest Dias como principal referência. Era na casa da musicista francesa, ex-integrante da Orquestra Sinfônica Brasileira, que chegou aqui contratada pelo Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB), onde, em 1976, ocorriam míticas reuniões de chorões.
Como a sala do apartamento de Odette, na 311 Sul, se tornou pequena para acolher as concorridas rodas de choro, das quais tomavam parte instrumentistas originários do Rio de Janeiro e de outras regiões do país, chegou-se à conclusão que estava na hora de criar o Clube do Choro de Brasília. Odette, que, na cidade, fez incontáveis shows e recitais e lançou vários discos, voltou a morar no Rio na década passada.
Aqui deixou uma discípula, Beth Ernest Dias, que até recentemente fez parte do naipe de sopros da Orquesta do Teatro Nacional Cláudio Santoro. Pesquisadora, a exemplo da mãe, ela acaba de lançar uma importante obra, o livro Sábado à tarde ; Avena de Castro, a cítara e o choro em Brasília, acompanhada por dois CDs com temas compostos pelo citarista e um caderno de partituras.
[SAIBAMAIS]Outra destacada flautista é Dolores Thomé, uma das fundadoras do Clube do Choro e ex-professora da Escola de Música de Brasília. Ela especializou-se no ensinamento de música para deficientes visuais, utilizando o método braile. Por sua atuação nessa área recebeu várias premiações, inclusive no exterior.
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