Diversão e Arte

João Donato se apresenta no festival Batida Afro

Seu novo disco chega com a classe de sempre, mas bastante eletrônico

Irlam Rocha Lima
postado em 13/08/2016 07:30
João Donato chega a Brasília com seu novo disco
João Donato, que ao longo da carreira tem utilizado o piano acústico, em Donato elétrico saiu da zona de conforto e encarou teclados e instrumentos eletrônicos. O álbum ; com 10 faixas inéditas ;, lançado no primeiro semestre pelo selo do Sesc, começou a ser idealizado em 2013, no estúdio do instrumentista e compositor acriano, no bairro da Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro. Mas a gravação ocorreu, em várias sessões, ao vivo, no estúdio Traquitana, em São Paulo, o disco que evoca os LPs clássicos A bad Donato e Donato e Deodato, dos anos 1970, contou com a participação de integrantes dos grupos Bixiga 70 e Metá-Metá, e de outros músicos da nova cena paulistana. Na sonoridade, à base de timbres quentes, prevalece o jazz brasileiro, que funde o funk com o afro latino ; marca registrada da obra de João.

Donato elétrico foi levado ao palco recentemente na capital paulista. Hoje, o pianista inicia por Brasília a turnê nacional desse novo projeto, ao participar do festival Batida Afro, na área externa do Centro Cultural Banco do Brasil, com início às 17h30. A programação será aberta às 17h30, pela Orquestra Jovem Reciclando o Som (da Cidade Estrutural), e na sequência se apresentam a cantora Nãnan Matos e o grupo Metá-Metá. Nos intervalos entram em ação os DJs do coletivo Criolina.
[SAIBAMAIS]
Trecho de Entrevista com João Donato


João, o que o Donato Elétrico representa em sua obra?

Uma boa circunstância de vislumbrar um novo horizonte e, a partir daí, experimentar uma nova maneira de fazer a música em que acredito com gente nova. O Donato elétrico é um irmão mais maduro do A bad Donato, um disco que causou um impacto muito grande, tendo sido gravado e lançado nos Estados Unidos, em 1970, enquanto a bossa nova ; da qual dizem que sou precursor ; apresentava ao mundo uma música brasileira mais moderna do que o Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu), da Carmen Miranda, que também teve sua importância. De maneira que o Donato Elétrico tem, assim como o Bad, os teclados analógicos, os sintetizadores e uma pegada mais forte do que os meus discos com piano acústico, que são a maioria. É uma forma como eu lido com a liberdade da qual não abro mão no meu pensar musical, na minha vida, no meu trabalho. Sou eu, aos 81 anos ; faço 82 anos dia 17 deste mês ; tocando um piano com todos os temperos que eu gosto.

Como se deu a escolha dos músicos que participaram do projeto? Que conhecimento você tinha deles? Tocou com eles?

Eu fui apresentado aos músicos pelo Ronaldo Evangelista para ensaiar para o primeiro show do disco Quem é quem (que saiu em 1973 para o mercado). O show foi em São Paulo em 2014. No primeiro ensaio, já rolou aquela empatia, os meninos são muito bons no instrumental. E o Ronaldo é muito bom em organizar, ele fica semanas sumido até que reaparece com soluções de misturar o teclado X com o sopro Y. Acabei passando a fazer parte da turma deles. Já fizemos shows no Festival Mimo e no Rock in Rio.

Qual a sua apreciação sobre o resultado do álbum?

Positivo e animador. Tem praticamente todos os sotaques musicais com que eu tempero a minha música. Algumas músicas vão fazer parte da trilha sonora de um novo filme do cineasta franco-suíço Georges Gachot.

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