Diversão e Arte

Festival internacional apresenta filme de Marcelino Islas Hernández

O longa 'A caridade' trata do dilema de envelhecer

Ricardo Daehn
postado em 05/11/2016 07:32
Cena de 'A caridade': drama do idoso com perna amputada dialoga com a realidade do ator Jaime Garza
Na trilha sonora de um dos filmes concorrentes ao 5; Biff, Festival Internacional de Cinema de Brasília, o mexicano A caridade, figuram Los Hermanos. Los Hermanos? Sim: Los Hermanos Carrión, que executam, com insistência, uma música chamada Las cerezas, grande sucesso sessentista, na linha de Paul Anka, The Everly Brothers e afins. É um dos indícios do enfoque do diretor Marcelino Islas Hernández que, no filme, acolhe (e desampara, pela trama) tipos da terceira idade.

;Apesar de A caridade não ter música incidental. Usei Las cerezas por ser uma canção que me toca muito: a minha mãe gostava muito do rock;n; roll mexicano dos anos de 1960. Foi o que cresci escutando. Por causa disto, convidei os Carrión a participar do filme. Foi algo que deu um toque interessante;, observa o diretor que já está em Brasília para participar de debate, hoje, do Festival Internacional de Cinema de Brasília.

A caridade veio para Marcelino, depois de filmes como Martha (selecionado para mostra em Veneza) e de La castración, que ele produziu, ambos detidos na velhice. Ainda que tenha 32 anos, Marcelino se identifica muito com os personagens que conduz. ;Por via de regra, penso que os sujeitos e os conflitos que abordo nas minhas fitas se encaixam melhor neste segmento. Ainda assim, creio que sejam conflitos passíveis de apresentarem a qualquer pessoa;, comenta.

Um alto contentamento endossa a exibição de A caridade em Brasília, por se tratar da primeira apresentação do filme na América do Sul. Quem sabe haja maior compreensão do longa por aqui... ;De modo geral, acho que é difícil se concentrar nos filmes sobre personagens maduros. Todos querem ver filmes ou conteúdos com personagens jovens. Às vezes, acho que deveria me inclinar para este tipo de produção;, observa o diretor, nascido em Ciudad Satélite (município de Naucalpan), em 1984, às vésperas do fim do regime militar no Brasil.

Apesar de alguns avanços, o cineasta mexicano, em geral, se preocupa com a América Latina, que passa por ;um momento difícil;. ;O senso comum e a lógica deram lugar a uma série de faltas de sentido que permaneceram escondidos e que voltam a aparecer, demostrando a obscuridade humana. Meu país passa por um momento muito complexo e, da forma como vejo, estamos somente no começo de uma má etapa, em termos políticos e sociais;, avalia.
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