Diversão e Arte

Em novo disco, Metallica volta ao trash depois de oito anos sem lançamentos

O lançamento da banda de trash metal, sobretudo pela venda de mídias físicas foi a terceira maior estreia do ano

Alexandre de Paula
postado em 30/11/2016 07:03

Banda está em alta nas paradas americanas

Foram oito longos anos de espera por um disco novo para os fãs do Metallica desde que, em 2008, o grupo lançou Death magnetic. ;Oito anos passam rápido, mas não para vocês, eu acho;, disse James Hetfield em um show recente da banda. Agora eles apresentam o enérgico Hardwired... to self-destruct.

O álbum começou bem nas paradas e chegou, nesta semana, ao topo da Billboard, superando discos de Bruno Mars e Miranda Lambert. Décimo trabalho de estúdio do Metallica, Hardwired; to self-destruct vendeu 282 mil cópias, 34 mil músicas avulsas e foi ouvido 9,3 milhões de vezes por streaming até agora.

Segundo a Billboard, o lançamento da banda de trash metal, sobretudo pela venda de mídias físicas, foi a terceira maior estreia do ano, atrás apenas de Views, de Drake, e de Lemonade, de Beyoncé.
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Em Hardwired; to self-destruct, o Metallica volta com peso e agressividade aos riffs de guitarra e às canções longas, como nos bons tempos. Nas letras, estão presentes as relações humanas, a tecnologia e um pessimismo contundente. ;Um tanto disso é cinismo. Quando você se torna adulto, começa a olhar para trás e a ver o que está acontecendo no mundo e coloca suas fichas nisso;, disse Hetfield, em entrevista ao The New York Times.

Se as letras ainda trazem pessimismo e o som remete aos tempos mais agressivos da banda, o clima entre os membros e a relação deles com o mundo mudou. ;James certamente reconhece que carrega um monte de coisas dentro dele. Mas eu acho que ainda é possível fazer música enérgica, thrash sem necessariamente ter que andar por aí sendo irritado, mal-humorado ou visto como pessoas escuras;;, disse também o baterista Lars Ulrich, que divide muitas das composições com Hetfield, ao jornal americano.

Colapso?
O Metallica, de fato, chegou perto do colapso. Os integrantes da banda precisaram passar por reabilitação e terapia de grupo para manter a sanidade e conseguir permanecer juntos. O processo todo foi registrado no filme Metallica: Some kind of monster (2004). O baterista conta que agora a banda é secundária às famílias, às necessidades internas e às tentativas de manter a sanidade de todos. ;Temos todo um modo de fazer as coisas que pode não ser o mais eficiente se as pessoas estão contando os dias até o próximo disco. Mas em termos de manter a banda sã e a saúde coletiva, é um modelo que funciona;, revela.
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Sobre o passado, ele diz que a banda errou em, muitas vezes, ter pressa demais para provar o que eram e para disfarçar certas impressões das pessoas sobre o grupo. ;Nós estávamos com tanta pressa para avançar, e com tanta pressa para se afastar de certas percepções sobre nós, que seguimos perseguindo algo de que realmente não precisávamos;, lembra.

Os conflitos ainda acontecem, eles confessam, mas estão longe de ter a dimensão de antes. A duração das canções e do disco, por exemplo, foram um ponto em que Hetfield e Ulrich discordaram.

;Não é que Lars quisesse canções mais longas, mas é difícil para ele cortar qualquer coisa para baixo. É sua personalidade. Se algo é bom, ele quer colocá-lo lá e torná-lo mais e maior;, explica Hetfield, que prefere optar pela economia. ;Nós fomos e voltamos com isso. Mas se isso é a pior coisa que está acontecendo com Metallica, então está ótimo;, conclui.

O lançamento da banda de trash metal, sobretudo pela venda de mídias físicas foi a terceira maior estreia do ano
Hardwired; to self-destruct
Metallica. 12 faixas. Universal Music. Preço médio: R$ 47. Disponível nas plataformas digitais.

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