Diversão e Arte

Amor & sexo dá aula sobre diversidade e Rodrigo Hilbert surpreende

Programa contou com Liniker, Linn da Quabrada, As Bahias e a Cozinha Mineira e o pernambucano Marlon Parente, dentre outros convidados

Diário de Pernambuco
postado em 03/03/2017 09:22
Programa repleto de convidados contou com performances tocantes.
Fernanda Lima deu uma verdadeira aula sobre diversidade no palco do Amor & sexo da noite da última quinta-feira (3/3). A apresentadora levou ao programa diversos convidados para compartilhar vivências - boas e ruins -, informações acerca da pluralidade sexual e questões de gênero, além de, como de costume, escrachar estatísticas como um alerta sobre a violência contra pessoas LGBT. "Uma luta em que nem as purpurinas e as lantejoulas escondem as mortes e os hematomas que a violência do preconceito e a discriminação deixaram e ainda deixam nessa comunidade. Uma luta de todos que acreditam na igualdade de direitos civis, na liberdade, da diversidade, da paz e do amor", começou dizendo a apresentadora.

Dentre os convidados, o pernambucano Marlon Parente, diretor e produtor do documentário Bichas, falou sobre a apropriação da expressão como forma de empoderamento e autoaceitação. "A palavra bicha não é estranha para nenhum menino gay. A gente escuta bicha desde pequeno e isso nunca é bom. Uma das vezes em que eu ouvi bicha, um cara apontou uma arma para a minha cabeça, disse que ia me matar porque eu era bicha. Para lidar com o trauma que eu tive, captei a palavra que ele usou", explicou o diretor sobre a concepção do projeto. A drag queen Kaya Concky, que participou do filme como entrevistada, falou sobre a libertação na apropriação da palavra: "Em algum momento eu me encontrei, me entendi e vi que eu não estava errada, o erro estava em todo mundo que me julgava e que agora eu estou bem".

Além de Marlon e Kaya, Liniker, Pabllo Vittar, Assucena Assuncena e Raquel Virgínia (do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira), MC Linn da Quebrada e outros artistas militantes da causa LGBT compuseram o quadro de participantes da noite. Liniker emocionou ao performar a música Geni e zepelim, de Chico Buarque, como protesto contra o preconceito. "Não joga", interrompeu a cantora no trecho "Joga pedra na Geni". "O Brasil é o país que mais mata travestis, transexuais, homossexuais e bissexuais no mundo. Isso tem que acabar. Basta! Só assim podemos nos redimitr. Bendita, Geni", concluiu a cantora, sob aplausos.

Outro momento de destaque foi a apresentação de Linn da Quebrada. A artista performou Bixa preta, canção sobre sobre os dois vieses de discriminação que acometem jovens gays das periferias: homofóbico e racista. "Bicha estranha, louca preta da favela, quando ela tá passando, todos riem da cara dela. Mas, se liga, macho, presta muita atenção. Senta e observa a tua destruição", introduziu Linn.

O marido de Fernanda, o ator e apresentador Rodrigo Hilbert, estava na plateia montado como uma drag queen em segredo. Ele se revelou ao final do programa e falou sobre a educação que dá aos filhos que tem a atriz, segundo ele, desviando de conceitos sexistas."Essa criação machista é o que a gente não leva pra nossa casa hoje. Não passo nada de machismo para os nossos filhos e aprendo muito com a minha mulher e com esse programa, que está mexendo com o Brasil", disse ele, já sem peruca.

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