Diversão e Arte

ONG Adhas/Pellinsky tira crianças de situação de risco por meio do folclore

Projeto leva dança a estudantes de escolas públicas e particulares

Renata Rios
postado em 28/03/2017 07:11

Os alunos participam com muita alegria dos espetáculos de dança folclórica

Andreoni Pellinsky encontra nos seus dias, uma motivação extra. Entre os afazeres de sua rotina, o artista visita diversas escolas públicas do Distrito Federal, onde mostra para as crianças e adolescentes um pouco do folclore brasileiro, por meio da dança, com o a ONG Adhas/Pellinsky ; 30 anos. O projeto surgiu despretensioso, concentrado em desfiles de moda e longe de tomar a forma que é tão bem-sucedida atualmente. ;Hoje, vamos às escolas e ensinamos um pouco sobre danças, incluindo as danças folclóricas, para os alunos, tanto a parte teórica quanto a parte prática. Os que se interessam, podem fazer mais aulas e se aprofundar na dança;, explica Pellinky.

Tudo começou em 1986, numa brincadeira para homenagear o Dia do Professor em um colégio particular da capital. ;Organizamos uma semana de homenagem, com curso de modelo e manequim. A semana trazia teatro, desfile e modelos;, relembra. Mas Andreoni não estava satisfeito e, no ano seguinte, levou o projeto para a escola pública. ;Eu ficava me perguntando: por que esse projeto está aqui, em um colégio particular, onde todos têm acesso a isso? Foi então que testei a ideia no Centro Educacional 1, no Cruzeiro Velho, com sucesso;, afirma.

Mas o tema escolhido ainda era voltado para a moda: ;Começamos a introduzir as danças em 1990, mas foi apenas em 1997 que passaram a ser forte no projeto.; Segundo Pellinsky, eles costumavam ocupar horário que os professores da rede pública haviam faltado. ;Evitávamos que os meninos ficassem no ócio, a coisa foi crescendo e começamos a fazer shows. No início, não cobrava pelas apresentações. Muitas vezes. eu e minha família tínhamos que colocar dinheiro nosso no projeto;, fala.

Apesar dos mais de 30 anos do projeto e de beneficiar as crianças da rede pública de ensino, Andreoni ainda se queixa da falta de auxílio do governo. Porém, isso não o impediu de ajudar um número significativo de jovens: ;Já passaram pelas nossas mão 18.625 jovens durante esses mais de três décadas de projeto;. Para esse ano, o projeto já conta com cerca de 150 alunos, além de outros que virão das visitas às escolas públicas. ;Costumamos colocar 50, 60, até 80 meninos, mas não posso oferecer mais, pois não recebemos ajuda do governo e cada um desses jovens significa custo para a gente;, argumenta.

Estudar para dançar

No projeto, o estudo tem que ser uma prioridade para os dançarinos. ;Temos muitos desses meninos que se encontram em situação de risco e o projeto os ajuda;, ressalta Pellinsky. Para o aluno ter um papel de destaque, como Pejé ou Rainha do Folclore, ele precisa ter uma boa pontuação. Esses pontos são ganhos com uma mistura de resultados nas escolas, nas quais quem tira boas notas é recompensado e garante espaço na dança. ;Ensinamos valores, falamos com esses jovens sobre drogas, bebidas, álcool e estudo. Isso é bom para eles;, aposta.

[SAIBAMAIS]Entre seus casos de sucesso, ele conta sobre um jovem, que atualmente trabalha com a apresentadora Xuxa Meneghel. ;Quando esse menino entrou no projeto, ele estava envolvido com drogas, abusava do álcool, era uma situação complicada. Atualmente, ele está feliz, trabalhando com o que gosta. Isso é muito gratificante;, comemora.

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