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Vale a pena ler de novo: 'A volta ao mundo em 80 dias' ganha nova edição

Uma das principais sagas escritas por Julio Verne acaba de ser relançada pelo selo Via leitura

Luciano Vellasco *
postado em 29/03/2017 06:03

Marina guarda o exemplar do livro de Júlio Verne como item de colecionador

Já imaginou o mundo sem a ficção científica? Difícil, não é? Em que os cientistas se inspirariam? Como poderíamos pensar em chegar à Lua? Viajar léguas e léguas submarinas? Graças a mentes brilhantes, como a do escritor francês Julio Verne, o homem moderno pode ousar. Nascido em 1828, em uma família burguesa, na litorânea Nantes, cerca de 384 km de Paris, o menino Verne gostava de ouvir histórias e aventuras de pescadores e marinheiros no porto da cidade. Muitos biógrafos e historiadores atribuem a isso o estímulo à imaginação do jovem Jules Gabriel Verne.
[SAIBAMAIS]
Entre as obras espetaculares do escritor francês, está A volta ao mundo em 80 dias, que acaba de ser relançada pelo selo Via leitura, da editora Edipro. Trata-se de uma obra-prima que conta a história fantástica do enigmático e metódico lorde inglês Phileas Fogg e de seu destemido criado Passepartout em uma viagem ao redor do mundo.

A genialidade de Verne e sua obra são estudadas e discutidas até os dias atuais. Professora do Departamento de Teoria Literária e Literaturas e do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília, Júnia Regina de Faria Barreto afirma que foi necessário a Verne uma imaginação considerável e uma capacidade de trabalho extraordinária.

Ela ainda fala que as narrativas de Verne são marcadas pelo realismo e pela precisão documental excepcionais, conduzindo o leitor por locais que beiram o feérico. ;O que mais me intriga é a posição em que Verne coloca o leitor, que se transforma em espectador de um mundo a ele estrangeiro e que deve tentar compreender. Na verdade, as obras de Jules Verne funcionam como meios de nos descontextualizar, de nos ;deslocalizar; por completo;, diz a professora.


Julio Verne, uma referência


É fato que Júlio Verne inspira até hoje leitores de todo o mundo. Segundo último dado levantado pela Unesco, ele é um dos escritores com mais obras traduzidas na história, chegando em 148 idiomas diferentes, tendo escrito mais de 100 livros. A escritora Marina de Oliveira, 27 anos, é uma leitora fascinada pelo autor.

Ela conta que o pai costumava apresentar os músicos favoritos dele no caminho de casa para a escola. Em uma dessas pequenas viagens, ela conheceu o tecladista Rick Wakeman e a canção Journey to the centre of the Earth. Encantada, ela quis saber mais sobre a letra da canção. ;Lembro-me do meu pai explicando que era baseado no livro Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne. Livros sempre fizeram parte de minha vida, mas esse foi o primeiro que eu pedi para ler;, comenta a escritora que ainda guarda o exemplar como item de colecionador.

Valberto Filho também é um fã assumido do autor. Professor do ensino médio, ele conta que a mãe, também professora, trouxe para ele, certa vez, um álbum gráfico sobre a obra 20 Mil léguas submarinas e sua curiosidade falou tão alto que ele foi buscar outros livros do autor e não parou mais. ;As obras são maravilhosas. Costumo dizer que a ficção científica tem um pai e uma mãe. O pai é Júlio Verne, com certeza, e a mãe é Mary Shelley, autora de Frankenstein;, comenta Valberto.

*Estagiário sob supervisão de José Carlos Vieira

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A volta ao mundo em 80 dias
De Júlio Verne. Selo Via Leitura, editora Edipro. 224 páginas. Preço: R$ 45.


Aproveite a leitura


Viagem ao centro da Terra
Aventura em primeira pessoa narrada por Axel, um garoto que participa do percurso ao centro da Terra graças a um manuscrito decifrado por ele próprio.

Da Terra à Lua
Conta a história do Clube do Canhão, uma organização americana especializada em armas de fogo que tem a ideia de lançar um projétil de forma cilindro-cônica à Lua. O francês Michel Ardan propõe que o projétil seja tripulado.

20 mil léguas submarinas
Na história, o capitão Nemo singra os mares a bordo do submarino Nautilus e após provocar desastres em navios e embarcações, o mundo começou a caçá-lo, julgando-o um monstro marinho.

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